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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Salmo 46 - A Solidariedade Humana ( sermão)

Estimados em Cristo Jesus, neste dia queremos meditar sobre tema da solidariedade humana. Até porque nós nos encontramos diversas vezes em situações onde precisamos tomar uma postura a fim de fazermos a diferença. A atitude egoísta ou o espírito de mesquinhêz, não contribuem nem para o nosso bem estar e muito menos para o outro. Somos confrontados pelo fato de sermos cristãos não somente pela sociedade que vivemos bem como pela nossa consciência e, acima de tudo, pela nossa formação cristã, ou seja, temos a ciência de que o próprio Deus requer de nós um espírito voluntário e solidário para com o outro.

Perguntaríamos, então, como encarar a solidariedade nos dias de hoje? Exatamente porque vivemos num mundo onde as injustiças sociais têm se alastrado de forma avassaladora, assustadora, colocando em situação de risco pessoas de todas as idades e classe sociais, ora como vítimas, ora como agentes da injustiça. E ninguém pode dizer com segurança que os pobres são injustiçados, que os ricos são vítimas ou outra coisa parecida.

Spurgeon, um grande pregador, dizia que a origem do mal está na sociedade. Basta modificar a sociedade, modifica-se o homem. Jesus já dizia o contrário: "a origem do mal está no coração do homem". Portanto, o caos da sociedade, os problemas sociais existentes, os agentes do mal, das injustiças, etc, somos todos nós. Eu e você, com nossas atitudes temos contribuído para uma sociedade mais injusta. E é exatamente nós que fazemos a diferença, para o bem ou para o mal. Isso é possível e basta observarmos nossas atitudes, palavras e até omissões, até mesmo quando não denunciamos as injustiças contra o ser humano, contra as mulheres e contra as crianças.

As questões referente à injustiça estão cada vez mais evidentes e nos próximos meses, quando se iniciam novamente as campanhas eleitorais veremos as máscaras caindo (nada é mascarado). É um descaso com a saúde, educação que são básicos para o indivíduo. São denúncias de corrupção em todos os níveis. É, por assim dizer, o sujo falando do mal lavado. Os cinturões de pobreza já não existem em muitas cidades porque você tropeça nela no centro, na periferia, onde você estiver e, ao mesmo tempo, a discriminação, o medo, a angústia especialmente daqueles que têm mais posses levam todos aos seus carros blindados, ao reforço da grade na suas casas, medo de andar na rua e, assim por diante. Ou seja, vivemos num caos social.

Mas isso não é novidade prá gente. As injustiças sempre existiram. O dualismo justos e injustos sempre existia, desde os primórdios da humanidade. A Bíblia está cheia de exemplos. E eu nem reporto somente a questão rico e pobre porque o mal não escolhe posição social. Veja casos de injustiça com Caim e Abel, irmãos de José, Absalão, Davi, Amnon, Paulo, etc. Então, não é nenhuma novidade para nós tais atitudes.

Jesus sempre denunciou a injustiça. Ele próprio é o cumprimento da profecia de Isaias porque vivia, conforme Lc 4.18, 19: O Senhor me deu o seu Espírito. Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres e me enviou para anunciar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos e anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo. O evangelho de hoje é um exemplo disso. Trata-se de um fato real, uma cura, mas o seu objetivo é ainda maior e mais profundo. As pessoas o admiravam pelo que o ouviam e presenciavam. Ao fazerem isso juntavam suas vozes em coro com o cântico do salmo 146 onde se ressalta a grandeza de Deus que faz tantas coisas em prol do indivíduo. Poderíamos dizer que neste salmo 146 temos uma visão social de Deus que não vê o homem somente como alma, mas também como corpo, na sua integralidade. A revelação dos versículos 7-9 é semelhante à descrição da obra do ES (Is 61.1-7) que, por sua vez, acha seu cumprimento total na missão do nosso Senhor Jesus (em Lc 4.16-19). Estes versículos apontam para o estrangeiro, viúvas e órfãos que ficavam à margem da sociedade, quase sem direitos civis.

Estas ou outras injustiças encontramos hoje e podem estar na nossa casa, nossa vila, nosso trabalho e em nossas igrejas. Como agir? Quais desafios temos e como encará-los? Não importa a situação, lembre-se: nós faremos a diferença e, para sermos bem mais práticos, sempre estamos desafiando a igreja enquanto grupo, a agir com ações que visem o bem estar do outro. O que podemos fazer enquanto igreja? (ver reações e possibilidades).


Assim como Jesus foi solidário e continua sendo ainda hoje, Ele nos inspira à solidariedade. É ele também que perdoa as nossas falhas e nos impulsiona a serví-lo. "Tudo o que fizerdes a um desses pequeninos, a mim o fizestes". Que ele nos impulsione ainda mais a sermos sensíveis às necessidades dos outros e favorecendo-lhes com nossas ações.

Pastor Waldyr Hoffmann

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Tudo o que Jesus faz ele faz bem - ( sermão)

Data: 14º DOMINGO APÓS PENTECOSTES - 2009
Textos base: Sl 146    Is 35.4-7    Tg 2.1-10, 14-18    Mc 7.31-37

Nesta sociedade de prestação de serviços e de consumo, é comum a desconfiança. Não é por menos. Todos nós temos histórias  de algum tipo de serviço ou de alguma mercadoria que adquirimos, e que o resultado foi frustração. E isto é normal neste mundo de negócios, onde existe desonestidade e também falhas. Por isto o Código do Consumidor, que são normas de proteção e defesa do consumidor.

A cada mês a Fundação Getúlio Vargas divulga uma pesquisa sobre a confiança do consumidor – conhecido como Índice de Confiança do Consumidor.  Este índice é divulgado a cada mês, conforme a reposta dos itens levantados e especialmente conforme a situação da economia.

De vez em quando a gente houve nos jornais da televisão, que o Índice de Confiança do Consumidor teve queda, ou teve alta, e daí eles mostram uma dona de casa comprando no supermercado, ou alguém comprando um produto numa loja de eletrodomésticos.

Falo deste assunto, porque os textos bíblicos de hoje tratam sobre os bens e serviços prestados por Deus.

Mas, e se nós fizéssemos uma pesquisa aqui entre nós, sobre o índice de confiança nos produtos e serviços de Deus, qual seria o resultado?

-Estamos satisfeitos?

- Estamos mais ou menos satisfeitos?

- Confiamos nos serviços de Deus?

Infelizmente, transportamos a nossa desconfiança e dúvidas com respeito aos bens e produtos aqui deste mundo imperfeito, para os bens e serviços de Deus. Por exemplo: Você comete um grave pecado e na Bíblia você lê que Deus perdoa todos os pecados. Mas daí surge a dúvida: Será que o perdão em Cristo pode realmente resolver este meu problema?  Será que não preciso fazer alguma coisa – aumentar a minha oferta, fazer alguma obra de caridade, para ajudar da obra de Jesus, e merecer o perdão dos pecados?

Ou ainda você está passando por dificuldades financeiras, ou uma doença, ou um problema familiar, no casamento, enfim, você está enfrentando uma situação muito difícil, e daí vem a dúvida: - Será que Deus sabe o que estou enfrentando? Será que ele se esqueceu de mim? Ele me ama? Será que ele pode ou quer me ajudar?

Pois meu amigo, minha amiga, gostaria que hoje todos saíssemos daqui convencidos de que nossas dúvidas e desconfianças sobre as promessas de Deus, além de não terem nenhum fundamento, deixam Deus muito triste. Afinal, é o mesmo que chamar Deus de caloteiro, mentiroso, alguém que não é de confiança. Desconfiar de Deus é muito ruim para nós. Portanto,  que os textos de hoje nos ajudem contra este mal.

Mas, antes de tudo, é preciso dizer que isto faz parte de cada um de nós: desconfiar de Deus. No evangelho, Marcos nós dá um forte antídoto para este mal que atinge a todos nós, filhos de Deus, cristãos. Ele nos assegura que não há nenhuma razão para duvidar de Deus e se preocupar quanto a sua capacidade e seu amor no tratamento que ele tem com cada um de nós.

O evangelista narra a história da cura de um homem surdo e que tinha dificuldades para falar. A história seria igual a tantas outras narradas nos Evangelhos, já que Jesus curou muita gente de seus problemas de saúde. Mas uma coisa o evangelista colocou na narrativa, e que chama a atenção quando nosso assunto é confiança. Diz o Evangelho:

"E todas as pessoas que o ouviam ficavam muito admiradas e diziam: - Tudo o que faz ele faz bem".

- "Tudo o que faz ele faz bem"

A palavra "bem" – kalis no grego, pode também ser traduzida como "correto, apropriado, totalmente suficiente para a situação. Ou "esplêndido" – termo que usado na versão do Almeida – a Bíblia antiga. Esta é uma palavra usada na parábola de Jesus sobre a casa que foi construída exatamente certa, que resistiu a enchente. Tiago usou a mesma palavra na epístola de hoje, para descrever os homens ricos que estão "bem vestidos" –  roupas que não dá para colocar nenhum defeito.

O apóstolo Paulo também usa este termo para descrever o trabalho dos pastores que pregam corretamente a Palavra de Deus e por isto merecem toda a consideração.

É importante aqui dizer que NÃO foi Jesus que disse: Olha pessoal, vejam como eu faço tudo bem, vejam as maravilhas que eu faço.

Jesus não precisava fazer isto. Aliás, quando é preciso fazer propaganda de si mesmo, isto é um tiro no pé. Na verdade, a melhor propaganda, a realmente eficaz, é o testemunho dos outros, dos consumidores.

No evangelho percebemos isto. Foram as pessoas que assistiram o jeito de Jesus, ou que foram curados por Jesus, que disseram:

- "Tudo o que faz ele faz bem"

Aliás, é estranha a ordem de Jesus. Ele pediu que não contassem para ninguém o que tinha acontecido. Mas o evangelista sublinha que "quanto mais ele ordenava, mais eles falavam do que havia acontecido".

Na verdade, Jesus queria mesmo era tempo,  condições, ambiente, para o verdadeiro propósito para que veio a este mundo de pecado e sob as conseqüências malditas do pecado. Tanto que mais tarde ele começa a fazer separação entre discípulos e seguidores, pois a igreja que ele estava construindo não poderia ser constituída por seguidores atrás de vantagens terrenas e materiais.

Mas, Jesus nunca deixou de ajudar as pessoas, mesmo aquelas que não estavam interessadas no principal.

E estas pessoas socorridas, ajudadas, tornavam-se automaticamente testemunhas, não deixavam de dizer:

- Não existe ninguém igual a Jesus – ele faz tudo muito bem.

É assim quando a gente encontra um médico que nos tratou com atenção, que nos ajudou. A gente fala para os outros. É assim com qualquer prestador de serviços, com qualquer empresa que comercializa produtos. Se os consumidores ficarem satisfeitos, nem precisa colocar propaganda na mídia.

E é assim numa igreja. Não é preciso fazer grande alarde quando ela tem um bom produto e quando os consumidores são bem atendidos.

Por isto, a pergunta: Qual o Índice de Confiança do Consumidor da comunidade São Paulo?

Bom, vocês devem estar pensando nos pastores. E com certeza, nós pastores, somos parte importante nos quesitos destes índices. Sabemos muito bem disto, que precisamos ser bons pastores para que os "consumidores" fiquem satisfeitos.

Mas será que o Índice de Confiança do Consumidor da igreja é feita só pelos pastores? É evidente que não. Somos uma equipe, pastores e membros. E os verdadeiros consumidores são os de fora, os estranhos, os visitantes.

É neste sentido, da igreja ser uma equipe, que a Epístola de Tiago lembra que não devemos fazer diferença entre ricos e pobres, especialmente dentro de uma igreja. Devemos tratar as pessoas de maneira igual – da mesma forma como Deus nos trata. As pessoas logo percebem isto, quando se faz distinção, quando se faz separação – especialmente quando a questão é social e financeira.
E quando são as atitudes de amor, carinho e respeito pelos outros a grande propaganda de uma igreja, Tiago vai direto na mosca: "Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé se ela não vier acompanhada de ações? (...) A fé é assim: se não vier acompanhada de ações, é coisa morta" Tiago 2.14,17

Na verdade, Tiago está dizendo que, além da conseqüência natural da fé, as obras são a melhor propaganda. Ou como se fala, "um gesto vale mais que mil palavras".

E sabem, meus irmãos –  quando o assunto mesmo aqui é a confiança – é importante dizer que o melhor testemunho que podemos dar às pessoas é a nossa confiança em Deus.

Aliás, nestes tempos de tanto medo, desconfiança, pavor, é a grande oportunidade que temos para mostrar a diferença de uma vida tranqüila, equilibrada, mentalmente sadia. Tudo isto fruto da confiança num Deus que faz tudo muito bem.

É isto que o texto de Isaías aponta: "Digam as desanimados: Não tenham medo; animem-se, pois o nosso Deus está aqui" (Isaías 35.4)

O Salmo 146 também sublinha esta visibilidade do poder de Deus na vida dos cristãos.

"Que todo o meu ser te louve, ó SENHOR! A vida inteira eu louvarei o meu Deus" (1,2).

Muitas vezes as pessoas de fora da igreja nos acusam, que dentro da igreja somos uma coisa, e fora da igreja somos outra. E eles têm razão. Isto não quer dizer que precisamos ser santinhos, nunca errar e falhar.

Mas eles estão certos quando nosso culto a Deus termina no momento quando colocamos o pé para fora da porta da igreja.

Na verdade, o que as pessoas querem ver naqueles que estão nos cultos e se dizem cristãos, é encontrar nos cristãos  um Deus que ajuda. Não o Deus da prosperidade – que é propaganda enganosa. Mas o Deus que ajuda. E quando eles enxergam em nós, que temos os mesmos problemas que eles, que ficamos doentes, que temos conflitos na família, que erramos e pecamos, enfim, que somos de carne e osso como eles – mas que, mesmo diante de tudo isto, temos um Deus que não nos abandona, mas ao contrário, nos socorre, com certeza eles vão querer este mesmo Deus.

Por isto o Salmo 146: Não ponham a sua confiança em pessoas importantes, nem confiem em seres humanos, pois eles são mortais e não podem ajudar ninguém (...) Feliz aquele que recebe ajuda do Deus de Jacó, aquele que põe a sua esperança no Senhor, seu Deus, o Criador do céu, da terra e do mar e de tudo o que neles existe! O SENHOR sempre cumpre as suas promessas (3, 5,6).

Na história deste homem surdo que foi curado por Jesus, tem três detalhes muito importantes – quando seguidamente desconfiamos dos serviços de Deus.

Lemos que Jesus tirou o homem do meio da multidão. O tratamento foi pessoal, individual. Ou como se diz hoje, personalizado.

Isto é bom a gente saber, quando nos sentimos abandonados e sozinhos. Deus nos tira no meio da multidão. Ele não nos deixa esperar na fila, nem se esquece de nós. Jesus mesmo disse que Deus sabe até quantos fios de cabelos temos em nossa cabeça.

Jesus, ao falar sobre a oração em Mateus 6, lembra este detalhe: "Vá para o seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que não pode ser visto. E o se Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa" (Mt 6.6)

Outro detalhe: Jesus pôs os dedos nos ouvidos dele. Ele tocou nele, encostou nele, se relacionou de uma forma muito íntima. Este toque de Jesus hoje acontece por pessoas que estão ao nosso lado, e que são os dedos, as mãos de Jesus.

Como é importante isto, ter pessoas que demonstram carinho – que são os mensageiros de Deus. Neste momento você pode estar se lembrando de alguém que foi estes dedos de Jesus num momento quando tanto precisava.

Outro detalhe: Jesus cuspiu e colocou um pouco de sua saliva na língua do homem. Depois Jesus olhou para o céu, deu um suspiro profundo e disse ao homem: Efatá – ou abra-se.

Na verdade, o poder de Deus de abrir aquilo que está fechado acontece através de meios. Jesus poderia simplesmente abrir os ouvidos daquele homem apenas com um olhar, ou com uma palavra. Mas usou um meio, a sua saliva.

Para abrir o céu, que estava trancado por causa dos nossos pecados, Deus usou o seu próprio Filho. O único meio – ou seja, a "saliva", o sangue do Deus-Homem.

E hoje, para o céu se abrir pessoalmente na vida de cada, Deus nos tira no meio da multidão, e usa o Batismo – uma saliva – a água com a Palavra de Deus. E com o mesmo poder que saiu de Jesus, o EFATÁ acontece em nosso coração.

Na Santa Ceia esta saliva de Jesus é o pão e o vinho onde o corpo e o sangue de Jesus abrem os céus com perdão, vida e salvação.

E na pregação do Evangelho, a saliva de Jesus somos nós, aqueles que pregam, que testemunham, que vivem.

Pois é assim hoje que o EFATÁ acontece, e onde a constatação é a mesma: "Tudo o que faz ele faz bem".

Pois meus irmãos e irmãs, nós até podemos viver com uma certa desconfiança sobre os produtos e serviços que este mundo nos oferece. Isto é até muito importante, porque infelizmente não podemos confiar nas pessoas.

No entanto, não temos nenhum motivo para desconfiar dos produtos e dos serviços de Deus. Nós podemos contar com Jesus, porque "tudo o que faz ele faz bem".

Pastor Marcos Schmidt - Novo Hamburgo (RS)

Dia do Saio

A última denúncia contra Sarney é a aquisição de um castelo em Portugal adquirido por ele quando presidente do Brasil em 1990, pago em dinheiro provindo de um paraíso fiscal e não declarado à Receita Federal. Se a notícia é verdadeira, já passou a hora do chefe do Senado instituir o "dia do saio": "Se é para o bem de todos e a felicidade geral da nação, digam ao povo que saio".  O Dia do Fico,  dez meses antes do Grito do Ipiranga, é um brado que simboliza a nossa libertação de Portugal. Mas o grito do Senado simbolizaria a independência de todos os castelos portugueses sonegados, ou seja, corrupção, falcatruas, injustiça social, desvio de recursos, impunidade etc.

Pensando bem, a vida de cada um pode ser descrita em decisões de ficar e de sair. E o grito, a coragem de decidir, depende do bom juízo. Foi este discernimento que fez o Príncipe Regente dizer: "Se é para o bem de todos e a felicidade geral da nação, digam ao povo que fico". Uma escolha que deveria nortear todas as nossas decisões. Ao menos é um princípio cristão: "Para o bem de todos, Deus dá a cada um alguma prova da presença do Espírito Santo" (1 Coríntios 12.7). O texto refere-se aos diversos dons espirituais – todos visando um fim proveitoso no serviço ao semelhante, que no final é um serviço a Deus. O apóstolo, no entanto, revela a chave para que os "recursos" não sejam desviados: "Porém eu vou mostrar a vocês o caminho que é o melhor de todos" (1 Coríntios 12.31). E logo adiante ele aponta a direção: "Se não tivesse amor isso não me adiantaria nada".  

Não dá para misturar alhos com bugalhos nem religião com política. Mas se no serviço público igualmente não existir o amor, o desejo de servir, então não adianta nada. Um despreendimento que exige decisão de permancer no lado da honestidade e de sair do meio da malandragem.  O que não é fácil. No caso de Dom Pedro I, o custo era a própria vida: "Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro promover a liberdade do Brasil. Independência ou morte!". Se nossos políticos não têm esta disposição, então que sigam o caminho pelo qual o presidente do Senado ainda não tomou coragem de trilhar.

Mas como disse, este ficar e sair são atitudes indispensáveis a todos, príncipes e plebeus. Um grito que quer ecoar dentro de cada um contra o jeitinho da mentira e da desonestidade.  Decisão que o Livro dos livros já sublinhou: "Por isto não mintam mais. Que cada um diga a verdade (...) Quem roubava que não roube mais, porém comece a trabalhar a fim de viver honestamente e poder a ajudar os pobres" (Efésios 4.25,28).  

Pastor Marcos Schmidt - Novo Hamburgo, RS

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Marcos 7.31-37 - Jesus faz tudo bem feito ( sermão)

Estimados irmãos e irmãos no Salvador Jesus.

Uma pessoa experiente certa vez disse, comentando sobre a política: "Quando alguém entra para a política, perde duas coisas: a memória e a vergonha". Na política brasileira vemos que isso infelizmente é verdade, com raras exceções de uns poucos.

É incrível ver pessoas que, na época da campanha eleitoral, são quase "perfeitos", prometem fazer tudo muito bem e solucionar os problemas do país. Quando assumem seus cargos, essa "perfeição" e as promessas desaparecem. Alguns, como vimos nos últimos dias, mesmo com várias provas de que são corruptos, ainda têm a cara de pau de se defender dizendo que sempre fizeram o melhor para seu povo - só que o povo (como no caso de certo Estado do Norte do Brasil) há anos não vê nada melhorar na sua vida.

Em nossa igreja também temos eleições. Uma delas é a eleição da assembléia para chamar um novo pastor, como aconteceu aqui e em Coronel Vivida há pouco tempo. E, se na política esperamos que os políticos cumpram a promessa de fazer as coisas bem feitas, na igreja os membros esperam que o novo pastor faça tudo bem feito. Quando o pastor chega é tudo novidade, expectativa, curiosidade; mas, aos poucos, começam a aparecer exigências, críticas e reclamações, e, muitas vezes, alguns até podem pensar que o pastor não faz nada bem feito.

A verdade é quem nem políticos, nem pastores, nem o povo e nem os membros da igreja fazem tudo bem feito. Existe apenas uma pessoa que fez e faz tudo bem feito: Jesus - Jesus faz tudo bem feito!

Jesus faz tudo bem feito! Tudo o que faz ele faz bem; ele até mesmo faz com que os surdos ouçam e os mudos falem! Foi isso que as pessoas disseram após Jesus abrir os ouvidos e a boca de um homem trazido por seus amigos até Ele. Ele ouviu o pedido deles e, tirando o homem do meio da multidão, colocou suas mãos sobre ele e o curou.

Jesus faz tudo bem feito! Este e muitos outros milagres de Jesus apontavam para quem Ele era – o Filho de Deus – e o que Ele veio ser – o Salvador prometido por Deus no AT, como ouvimos em Is 35 e no Sl 146.

Ele é aquele que veio fazer tudo muito bem, e fazer o maior bem de todos: a obra da salvação, pela sua morte na cruz e sua gloriosa ressurreição. E justamente porque Ele faz tudo bem feito é que podemos sempre estar aqui na casa de Deus, onde alguém chamado e preparado por Deus nos guia e alimenta com a Palavra e os Sacramentos para podermos fazer a missão que Ele nos deixou: levar o amor de Cristo para todos.

Jesus faz tudo bem feito! Mas nós, pecadores, não fazemos tudo bem feito. Muitas vezes ouvimos mas não praticamos o que a Palavra de Deus nos diz. Por isso Tiago nos diz na epístola de hoje: LER Tg 2.14, 18. E também em Tg 1.22: LER.

Por mais que eu e vocês nos esforcemos, nunca vamos fazer tudo bem feito, pois o pecado contamina todo nosso viver, como vimos no Evangelho do domingo passado, onde Jesus mostra que todo o mal vem do nosso coração pecador.

Mas, sendo pecadores perdoados por Deus através de Cristo, nós vamos tentar fazer o melhor: eu, como pastor, vou procurar sempre pregar e ensinar a Lei e o Evangelho de Deus a todos vocês, para Deus fortalecer sua fé e conduzir vocês para que levem seu amor a todos.

Vocês vão procurar viver nessa fé cada dia, buscando na Palavra e Sacramento o alimento e a orientação para sua vida cristã. E assim, através do Evangelho que eu prego e que todos nós testemunhamos com palavras e ações para as pessoas ao nosso redor neste mundo, Jesus continua abrindo ouvidos e corações, e bocas começam a falar da salvação aos outros, dizendo como aquelas pessoas: Tudo o que faz ele faz bem!

Esta foi a reação do homem curado por Jesus e também de seus amigos. Esta é a melhor reação que Deus quer provocar em nós através do Evangelho salvador de Cristo: que a gente ouça, aprenda e pratique o Evangelho como um estilo de vida, uma marca registrada, um viver diário.

Deus não quer que façamos como políticos que, depois da eleição esquecem seus lemas de campanha. Ou seja, que não sejamos cristãos só no domingo, que não pensemos que trabalhar para a Igreja ou para o Reino de Deus é simplesmente ajudar numa festa, num congresso ou numa limpeza geral da igreja, que saibamos que nosso culto a Deus continua cada dia na vida e na relação com as outras pessoas.

Para isso acontecer, Deus precisa nos sacudir e apontar nossos pecados com sua Lei, para que nunca achemos que o que fazemos por Jesus é grande coisa, e para que vejamos sempre de novo que precisamos de Cristo para nos perdoar e salvar de nosso falso orgulho. Quando nos damos conta de nós não fazemos tudo bem, Deus então nos apresenta o doce Evangelho, que nos salva e nos motiva a viver na fé viva que vem de Cristo e que nos é dada pelo seu ES.

Jesus faz tudo bem feito! Por isso, é nele que devemos buscar forças para usar bem nossos dons, bens, tempo e tudo que de Deus recebemos, para sermos conduzidos na fé verdadeira. É a Jesus que devemos seguir, orar e entregar nossas vidas cada dia.

É a Jesus, que faz tudo bem feito, que todos nós servimos com alegria, pois Ele nos salva sem merecermos e nos dá as riquezas do seu Reino. E é a Jesus que vamos conduzir aquelas pessoas que ainda são surdas, mudas e cegas espiritualmente, para que através do Evangelho Jesus coloque suas mãos amorosas sobre elas e diga: Efatá, abra-se!

Assim, meus irmãos, muitos saberão e crerão que Jesus faz tudo bem feito, serão salvos e anunciarão isso a todos, cheios de alegria e gratidão, como nós também sempre queremos anunciar
Jesus faz tudo bem feito! Que Ele use a cada um de nós - crianças, jovens, adultos e idosos, homens e mulheres - para fazer o maior bem que existe: salvar pessoas com o seu amor, através do seu Evangelho!

Com o salmista nos alegramos, dizendo: Aleluia! Que todo o meu ser te louve, ó SENHOR (Sl 146.1), porque Jesus faz tudo bem feito! Amém.

Pastor Leandro Daniel Hübner - São João, PR