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sábado, 7 de fevereiro de 2009

O Propósito de Deus para a Família

Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam (Salmo 127:1)
Deus nos criou e designou o casamento e a família como a mais fundamental das relações humanas. Em nosso mundo de hoje em dia, vemos famílias atormentadas pelo conflito e arrasadas pela negligência e o abuso. O divórcio tornou-se uma palavra comum, significando miséria e dureza para os múltiplos milhões de suas vítimas. Muitos homens jamais aprenderam a ser esposos e pais devotados. Muitas mulheres estão fugindo de seus papéis dados por Deus. Pais que não têm nenhuma idéia de como preparar seus filhos estão assim perturbados pelo conflito com seus rebentos rebeldes. Outros simplesmente abandonam seu dever, deixando filhos sem qualquer preparação ou provisão. 
Para muitas pessoas, hoje em dia, a frase familiar e confortadora Lar, Doce Lar não é mais do que uma ilusão vazia. Não há nada doce ou seguro num lar onde há o abuso, a traição e o abandono. 
Haver uma solução? Poderemos evitar tais tragédias em nossas famílias? Poderão os casais jovens manter o brilho do amor e do otimismo décadas depois de fazerem os votos no casamento? Haverá esperança de recuperação dos terríveis erros do passado? 
A resposta para todas estas perguntas é SIM! As soluções raramente são fáceis. A construção de lares sólidos não acontece por pura sorte. Somente pelo retorno ao padrão de Deus para nossas famílias poderemos começar a entender as grandes bênçãos que ele preparou para nós em lares construídos sobre a rocha sólida da sua palavra. Consideremos brevemente alguns princípios básicos ensinados na Bíblia sobre a família. 

O Propósito Básico de Deus para a Família
Quando temos dificuldade com a geladeira, entendemos que o fabricante, que escreveu o manual do usário, sabe mais sobre o aparelho do que nós. Lemos o manual para resolver o problema. Quando vemos tantos problemas nas famílias de hoje, só faz sentido que nosso Criador, que escreveu o "manual do usuário", sabe mais a respeito da família do que nós. Precisamos ler o manual para achar como construir e manter bons lares. Encontramos estas instruções na Bíblia. Ela nos guia em cada aspecto do serviço a ele, incluindo a realização de nossos papéis na família.

Casamento
A família começa com o casamento. Quando Deus criou Adáo e Eva, ele revelou seu plano básico para o casamento: Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne (Gênesis 2:24). Este plano é claro. Um homem ligado a uma mulher. Milhares de anos mais tarde, Jesus afirmou que este ainda é o plano de Deus. Ele citou este versículo e acrescentou: Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem (Mateus 19:6). Este casamento é uma relação para toda a vida. Somente a morte deve cortar este laço (Romanos 7:1-3). 
Deus aprovou as relações sexuais somente dentro do casamento. Não há nada de mal ou impuro sobre as relações sexuais dentro de um casamento aprovado por Deus (Hebreus 13:4). Esposos e esposas têm a responsabilidade de satisfazer os desejos sexuais (dados por Deus) aos seus companheiros (1 Coríntios 7:1-5). 
Todas as outras relações sexuais são sempre e absolutamente erradas. Relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são absolutamente proibidas por Deus (Romanos 1:24-27; 1 Coríntios 6:9-11). Deus não criou Adão e João. Ele fez uma mulher, Eva, como uma parceira apropriada para Adão. As relações sexuais antes do casamento, mesmo entre pessoas que pretendem se casar, são condenadas por Deus (1 Coríntios 7:1-2, 8-9; Gálatas 5:19). As relações sexuais extra-conjugais são também claramente proibidas (Hebreus 13:4). 

Filhos
Casais assim unidos diante de Deus pelo casamento gozam o privilégio de terem filhos. Deus ordenou a Adão e Eva e aos filhos de Noé que tivessem filhos (Gênesis 1:28; 9:1). Ainda que nem todas as pessoas tenham que se casar, e que nem todas terão filhos, é ainda o plano básico de Deus que os filhos nasçam dentro de famílias, completas com pai e mãe (1 Timóteo 5:14). Em lugar nenhum da Bíblia encontramos autorização para uma mulher ter relações sexuais para conceber um filho, antes ou sem casamento. A paternidade solteira, que está se tornando moda em nossa sociedade moderna é um afastamento do plano de Deus que terá sérias conseqüências para as gerações vindouras. 

Papéis Dados por Deus Dentro da Família
Dentro desta estrutura do propósito Divino, consideremos os papéis que Deus atribuiu aos homens, mulheres e filhos. 

Homens: Esposos e Pais
A responsabilidade dos esposos é bem resumida em Efésios 5:25: Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela. O esposo tem que colocar as necessidades de sua esposa acima das suas próprias, mostrando devoção desprendida aos melhores interesses da "parte mais frágil" que necessita da sua proteção. Ele tem que trabalhar honestamente para prover as necessidades da família (2 Tessalonicenses 3:10-11; 1 Timóteo 5:8). 
Os pais são especialmente instruídos por Deus para preparar seus filhos na instrução e na disciplina do Senhor (Efésios 6:4). Este é um trabalho sério e, às vezes, difícil, mas com resultados eternos! Os espíritos de seus filhos existirão eternamente, ou na presença de Deus ou separados dele. A maior meta de um pai para seus filhos deveria sempre ser a salvação eterna deles. 

Mulheres: Esposas e Mães
Uma esposa tem um papel muito desafiador no plano de Deus. Ela tem que complementar seu esposo como uma auxiliar submissa, que partilha com ele as experiências da vida. As pressões da sociedade moderna para rejeitar a autoridade masculina não obstante, a mulher devota aceita seu papel como aquela que é cuidadosamente submissa ao seu esposo (Efésios 5:22-24; 1 Pedro 3:1-2). As mulheres de hoje em dia que rejeitam este papel dado por Deus estão na realidade difamando a palavra dele (Tito 2:5). 
Deus instrui as mulheres para mostrarem terna afeição aos seus esposos e filhos, e a serem honestas e fiéis donas de casa (Tito 2:4-5). Apesar dos esforços de algumas pessoas para desvalorizar o papel das mulheres que são dedicadas a suas famílias, Deus tem em alta estima a mulher que é uma boa dona de casa e uma amorosa esposa e mãe. Tais mulheres devotas são também dignas de respeito e apreciação de seus esposos e filhos (Provérbios 31:11-12,28).

Filhos: Seguidores Obedientes
Deus também definiu o papel dos filhos. Paulo revelou em Efésios 6:1-2 que os filhos deverão: 
  1. Obedecer a seus pais. Deus colocou os pais nesta posição de autoridade e os filhos têm que respeitá-los. Muitas pessoas consideram a rebeldia de uma criança como uma parte comum e esperada do "crescimento", mas Deus coloca-a na lista com outros terríveis pecados contra ele (2 Timóteo 3:2-5). 
  2. Honrar seus pais. Os pais que sustentam, instruem e preparam seus filhos devem ser honrados. Jesus mostrou que esta honra inclui prover as necessidades dos pais idosos (Mateus 15:3-6). 

Lares Piedosos Nestes Dias?
É, freqüentemente, muito difícil corrigir anos ou mesmo gerações de erros. Mas está claro que o único modo pelo qual podemos esperar ter boas famílias construídas nos princípios divinos é voltar ao plano que Deus tem revelado. Temos que estudar a Bíblia, aprender estes princípios, aplicá-los em nossas vidas, e ensiná-los aos nossos filhos e aos outros. Lembre-se, os benefícios serão eternos! 
Você está construindo seu lar sobre a fundação da palavra de Deus? 

Por Dennis Allan

Reafirmação Matrimonial

P. Queridos amigos. Hoje estamos reunidos para uma ocasião especial. Não é o casamento de ninguém. Também não é aniversário de casamento de alguém em especial. Mas todos nós temos algo em comum. Estamos celebrando, neste Encontro de Casais da CEL Cristo Redentor, a união matrimonial de cada casal aqui presente. Aproveitamos a passagem do Dia dos Namorados para lembrar, de uma maneira muito especial, que casados são eternos namorados. Aproveitamos para agradecer a Deus pelas muitas bênçãos derramadas sobre cada casal que hoje está aqui. Ele, o Senhor dos senhores, permitiu que cada um de nós pudesse viver ao lado de seu cônjuge, enfrentando momentos de alegria e de tristeza, de saúde e de doença. Momentos que só pudemos ultrapassar com o auxílio divino. Por isso somos gratos a Ele. Também queremos pedir que Ele continue derramando bênçãos sobre nossos casamentos e nos dando forças e orientação para os dias que virão. Oremos. Amado Pai Celestial, um dia tu permitiste que cada marido e cada esposa aqui presentes encontrassem-se um ao outro. Deste-lhes oportunidade para que se conhecessem e, deste período de namoro, veio o anseio de unirem-se em matrimônio. Sabemos que nem todos os dias foram fáceis. Mas Tu lhes deste forças para enfrentar cada momento, seja de alegria ou de tristeza, de saúde ou de doença. Hoje estamos aqui para te agradecer por tudo isso. Nós te louvamos porque deste a cada um de nós o teu Filho Jesus Cristo e, nele, a vida eterna. Suplicamos-te que continues a derramar bênçãos sobre nossos casamentos, a fim de que possamos fazer sempre a tua santa vontade em nossa vida matrimonial. Em nome e por amor de Jesus, o noivo celeste. Amém. 
P. Uma vez que estamos lembrando e comemorando nossos matrimônios, queremos reafirmar o voto que fizemos. Por isso, convido os casais a que se dêem as mãos direitas. Maridos, repitam comigo (explicar que cada qual deve dizer o nome da sua esposa) _______ eu já te recebi como minha legítima esposa, para que sejamos um só, enfrentando dias bons e maus, em riqueza ou pobreza, em saúde ou doença, hoje quero reafirmar, perante você e perante Deus, a minha vontade de continuar nesta promessa de, com a ajuda de Deus,  amar e cuidar de você até que a morte nos separe. Esposas, repitam comigo (explicar que cada qual deve dizer o nome de seu marido) _____ eu já te recebi como meu legítimo esposo, para que sejamos um só, enfrentando dias bons e maus, em riqueza ou pobreza, em saúde ou doença, hoje quero reafirmar, perante você e perante Deus, a minha vontade de continuar nesta promessa de, com a ajuda de Deus,  amar e cuidar de você até que a morte nos separe. Vamos selar esta reafirmação da promessa matrimonial com um beijo (casais se beijam como quiserem). Que o misericordioso Deus e Pai, que até aqui nos tem sustentado e abençoado pela sua graça em nossa vida matrimonial, nos conceda a continuidade de sua divina proteção e bênção, induzindo nossos corações a permanecerem unidos em verdadeiro amor até o fim. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Que a paz de Deus nos acompanhe. Amém. 
Rev. Éder Carlos Wehrholdt. - Cerimônia realizada durante Jantar Romântico do Grupo de Casais da CELCRE - Campo Largo, em 16 de junho de 2000.

Aconselhamento - Estudo Bíblico

Introdução
O objetivo deste estudo, não é fazer um "tratado" sobre a arte de aconselhar. Já existem bons livros publicados sobre este assunto, que poderão ajudar os leitores com necessidades mais profundas. 
O trabalho que você verá agora, visa dar instruções básicas e práticas, para que qualquer membro de Igreja, seja líder ou não, tenha um desempenho cada dia melhor, nos aconselhamentos que Deus lhe permitir fazer. 

Princípios De Aconselhamento 
I. O Aconselhamento e a Bíblia
1.1 - Velho Testamento 
a) A única Fonte Segura: somente o próprio Deus era fonte segura de bons conselhos. Ele escolhia homens e os capacitava a falarem Sua vontade ao povo. Por exemplo: Am 3:7; Jr 23:18, 22; Ez 39:1.
b) Dois tipos de conselheiros: 
a. PROFETAS: falavam ao povo o que ouviam de Deus, quase sempre exortando ao arrependimento. Por exemplo: Is 6: 8, 9; Jr 25:4, 5.
b. SACERDOTES: falavam a Deus, o que ouviam do povo, em geral pedindo o perdão de Deus para as pessoas. Por exemplo: Ex 28:29, 30, 38.
c) Provérbios: é um dos livros de sabedoria, que exalta a importância dos bons conselhos, na vida do ser humano.
O aconselhamento dá segurança ao povo - Pv 11:14; 15:22.
Torna as pessoas mais sábias - Pv 12:15; 13:10. 
Traz alegria - Pv 12:20. 

1.2 - Novo Testamento 
O povo de Deus é chamado em 1 Pe 2:9, de "sacerdotes reais".
As palavras gregas mais utilizadas para definir o ato de aconselhar são: 
a) PARÁKLETO: literalmente "chamar ao lado", mas também utilizada com os seguintes sentidos:
a. exortar a permanecer na fé - At 14:22; Hb 3:13.
b. exortar doutrinariamente - Tt 1:9; Hb 13:22.
c. confortar, encorajar - At 16:40; 20:1, 2; 2 Co 7:6, 7.
d. consolar, edificar - 1 Ts 5:11; 2 Co 1:3, 4; Ef 6:22.
e. solicitar em nome do amor - Fm 9, 10.

Obs. 1 - O Messias (Cristo), é chamado de MARAVILHOSO CONSELHEIRO em Is 9:6. Jesus cumpriu plenamente este papel, através de todo o Seu ministério. Sua mensagem no Sermão do Monte é apenas um exemplo disto. 
Obs. 2 - Cristo, após a última ceia, promete aos discípulos um "outro Consolador" (PARÁKLETO). Segundo o original, seria um Consolador da mesma qualidade que Jesus havia sido. Esta é a referência à vinda do Espírito Santo, com Seu ministério atual sobre a Igreja de Deus. Jo 14:16, 26; 15:26; 16:7, 8.

b) NOUTETÉO: usada com os seguintes sentidos:
a. admoestar - At 20:31; Rm 15:14; 1 Co 4:14; 1 Ts 5:12, 14; Tt 3:10 ; Ef 6:4; Hb 10:25.
b. instruir, ensinar - Cl 1:28; 3:16.
c. advertir - 2 Ts 3:15; 1 Co 10:11. 
Obs. 1 - O aconselhamento é dever de todo cristão: Hb 3:13;Hb 10:25.
Obs. 2 - O Espírito Santo capacita a alguns irmãos de forma especial, através do dom de EXORTAÇÃO - Rm 12:8.

2. Qualidades para o bom Conselheiro 
a) Saber ouvir: Escutar as angústias de alguém, é um valor muito pouco cultivado, hoje em dia. Todos correm, ninguém tem tempo. O bom conselheiro precisa ouvir com calma, precisa estar disponível. Muitas vezes, só o fato do aconselhado desabafar, ele próprio reconhece as saídas para o seu problema, sem que digamos uma só palavra.Tg 1:19 - "Sabeis estas coisas, meus amados irmãos.Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar"
b) Cordialidade - É um cuidado, respeito e uma preocupação sincera pelo que é revelado, sem demonstrar visivelmente uma decepção ou surpresa, diante do que é falado.
c) Empatia - Colocar-se na situação da pessoa, tentando entender o seu ponto de vista. Mostrar-lhe compreensão, sem fazer julgamentos apressados.
d) Amor - pedindo que o amor ÁGAPE (que é o amor com que Deus nos ama), primeiramente invada você, e transborde até o seu aconselhado. 

3. Como aconselhar quando o problema envolve pecado?
a) Saber do que o coração humano é capaz. Muitas vezes, os conselheiros são enganados com mentiras e comportamentos decepcionantes, por parte dos aconselhados. Não podemos ser ingênuos: o mesmo ser humano que pode ser tão bom, é capaz de agir de forma absolutamente maléfica. Veja o que a Bíblia nos mostra sobre o coração do homem:
a. A avaliação que o Criador faz do homem - Jr 17:5,9,10.
b. Todos são pecadores - Rm 3:10,11 e 23.
c. Todo homem tem a tendência de fugir da Luz - Jo 3:19-21.
d. É comum o homem culpar aos outros e ser egoísta - por exemplo: Adão e Eva, em Gn 3.
e. Procedimento errado, produz reação negativa - Gn 4:4-7; Sl 42:7.
b) Confrontar com a verdade bíblica, para que haja arrependimento Falar com amor, mas identificar o pecado e como sair dele. Procure sempre apoiar seu posicionamento, com passagens bíblicas. 2 Sm 12:12,13; Sl 51:2-4,10.
c) Crer que Deus pode modificar qualquer situação Não existe "buraco tão profundo", que o Senhor não possa estender Sua mão e livrar alguém de lá. Mt 19:26; Mc 10:27; Lc 1:37; Lc 18:27.
Deus nos dá centenas de promessas na bíblia, para que confiemos mais nEle, tendo uma esperança cada vez maior, com relação ao que Ele ainda fará - Rm 15:13.

4. Dicas práticas para o aconselhamento 
Dar atenção integral à pessoa, com o olhar, gestos naturais e postura não tensa. Não fique apenas com o corpo presente, mas mantenha também a sua mente atenta.
Seja um bom ouvinte e não interrompa a pessoa, até que ela tenha terminado de falar. Lembre-se que pequenas pausas na conversa, seja por indecisão no falar ou até mesmo para chorar, não querem dizer que a pessoa terminou de expor seu pensamento. Portanto, aguarde a hora certa para responder.
Se for necessária a sua orientação e liderança na conversa, faça isto sutilmente, perguntando com habilidade, para obter informações úteis.
Procure entender a opinião da pessoa, mesmo que não coincida com a sua. Dê margem a diferenças. Esta atitude vai ajudar ao conselheiro a dar uma orientação equilibrada.
Tente descobrir o ponto principal do problema, discernindo e afastando os fatos que não são centrais.
Se já tiver dados suficientes para uma conclusão, confronte com muito amor ao aconselhado. Não fuja do problema central.
Não enfoque apenas os problemas, mas também as soluções de Deus.
Mostre que a solução de qualquer problema, passa pela obediência integral à Palavra de Deus.
Alguns problemas surgem, devido ao mal uso da "agenda" da pessoa. Verifique se não existem atividades demais, sem critério de prioridades.
Verifique se a pessoa necessita de uma ajuda médica ou até psicológica.
Se não souber responder algo e dar a solução ao problema, seja honesto e confesse isto. Diga que vai estudar melhor o assunto ou até mesmo, pedir auxílio a um conselheiro mais experiente.
Se houver necessidade, dê tarefas práticas, para serem avaliadas em próximos encontros.

II. ACONSELHANDO QUESTÕES PESSOAIS 
1. ANSIEDADE
Muitos psicólogos têm definido a Ansiedade como "o mal do século 20", pois ela tem se tornado a BASE para muitas neuroses.

1.1 ALGUNS TIPOS DE ANSIEDADES:
Ansiedade Aguda - aparece de repente, vem com grande intensidade, mas é de pequena duração. 
Ansiedade Crônica - é persistente e de longa duração, mas de pequena intensidade. 
Ansiedade Normal - manifesta-se quando existe uma ameaça real ou uma situação de perigo. Ela pode ser controlada e reduzida, quando as circunstâncias exteriores se modificam. 
Ansiedade Neurótica - sentimentos exagerados de desespero e medo, mesmo quando o perigo é pequeno ou inexistente. 
Ansiedade Moderada - é desejável e sadia. Motiva e ajuda as pessoas a evitarem situações de perigo, levando a um aumento da eficiência. 
Ansiedade Intensa - pode diminuir o período de atenção, dificultar a concentração, afetar negativamente a memória, prejudicar a capacidade de realização, interferir com a solução de problemas, bloquear a comunicação eficaz, despertar o sentimento de pânico e algumas vezes causar sintomas físicos desagradáveis, tais como paralisia ou terrível dor de cabeça. 
(Fonte: Gary Collins, Aconselhamento Cristão, pag. 51, Ed. Vida Nova)

1.2 O QUE É ANSIEDADE ?
É uma reação da pessoa que se sente desamparada, diante de um problema, e fica maquinando em sua mente, COMO sair sozinho desta dificuldade.
Há uma frustração, pelo fato der não conseguir resolver o problema, que no momento está fora do seu controle.
Surge um sentimento íntimo de apreensão, mal estar, preocupação, angústia e medo, provocando até insônias.

1.3 E NA ÁREA ESPIRITUAL ?
Ansiedade é resultado de pensarmos (consciente ou inconscientemente), que Deus não é maior que o meu problema.
O diabo pode facilmente se aproveitar da situação de Ansiedade, para injetar (como se fosse uma serpente), duas idéias:
Deus não nos ama - é comum a pessoa pensar: "Se Ele me amasse, eu não estaria assim !" 
Dependa apenas de si mesmo - a sugestão de Satanás é que "Deus o abandonou! Agora você está só! Vire-se por si, pois deste problema, nem o Criador pode ajudá-lo! " 

1.4 POSSÍVEIS CAUSAS DA ANSIEDADE
Citaremos apenas algumas :
AMEAÇAS:
Perigo (crime, guerra, doenças etc.)
Auto-estima: (questionamento de imagem, competência etc.)
Separação: (por morte, divórcio, mudanças etc.) 

CONFLITOS
Para realizar - algo que seja desejável.
Para fugir - ou evitar algo que seja desagradável. 

MEDO
Pode surgir em relação a diversas situações, como: o futuro, o sentimento de fracasso, a solidão, a doença etc. Estes temores podem crescer nas mentes de algumas pessoas, criando ansiedades extremas, mesmo que não existam ameaças reais. 

1.5 EXISTE ORIENTAÇÃO BÍBLICA ?
a) JESUS - Mt 6: 25 - 34 ( 4 conselhos ):
a. Reconheçam que sozinhos, não podem mudar nada em suas vidas (v. 27) É pela graça de Deus que fazemos progressos e por Sua interferência é que vem nosso livramento, nos maus momentos.
b. Entendam que Deus sabe o que necessitamos (v. 32b) Por incrível que possa parecer, o Senhor não perdeu o controle da situação.
c. Busquem em 1o. lugar o Reino de Deus e a Sua Justiça (v. 33) Implica em buscar MAIS de Cristo em seu viver. É não abaixar o nível do testemunho, só porque a situação está difícil.
d. Resolvam primeiramente os problemas do dia de hoje (v 34) Este é um princípio fundamental em administração. Se tentarmos resolver vários problemas de uma só vez, aumenta a possibilidade de ficarmos ainda mais ansiosos, e de não solucionarmos estas questões.
b) PAULO - Fp 4 : 6 - 9 ( 3 Conselhos ):
a. Levem os problemas diante de Deus (v. 6b) Paulo concorda com Pedro, que disse: "lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós" (1 Pe 5:7).
i. Aos filipenses no v. 6b, ele indica três maneiras de levarmos
ii. os problemas a Deus:
1. ORAÇÃO - conversa constante e persistente ( Lc 18: 1- 8)
2. SÚPILICAS - senso de urgência e necessidade. Talvez seja um momento para a prática de jejum ( Et 4:16; 2Sm12:16; Mt 17:21)
3. AÇÕES DE GRAÇAS - confiança antecipada no que Deus ainda vai fazer.
4. RESULTADO : v. 7 - "E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus".
b. Ocupar a mente com boas coisas (v. 8)  Há um ditado que diz: "mente vazia é oficina do diabo". Paulo aconselha a procuramos tudo que seja "verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, de boa fama, com virtude e louvor", para preencher o nosso pensamento.
c. Praticar o que aprendemos de homens fiéis a Cristo (v. 9) Nos momentos de ansiedade, Paulo aconselha que lembremos de homens fiéis que com suas palavras e testemunhos de vida, são hoje um bom exemplo de como agirmos em meio às lutas.
i. RESULTADO: v. 9b - "e o Deus da Paz estará convosco"- Lembre-se que a tradução de EMANUEL é "Deus conosco".
ii. Se no v. 7 existe a certeza de que a PAZ DE DEUS irá guardar as nossas mentes e corações, no v. 9b há a garantia de que o DEUS DA PAZ, não nos abandonará. Esta é a resposta do Senhor às duas idéias mentirosas de Satanás, no ponto 1.3: DEUS NOS AMA SIM! e DEUS NÃO NOS ABANDONOU!

Laços Fortes - Encontro de Casais

Um relacionamento firme e forte se mantém com laços que amarram e que não se rom-pem facilmente.  No casamento esta verdade é mais verdade do que em qualquer outro rela-cionamento humano.  Falando de um bom casamento, que todos querem, precisamos estar atentos para lembrarmos que laços são necessários para mantê-lo.  Quem quer um bom rela-cionamento no seu casamento tem que se "ligar", sempre de novo revendo estes laços, para que não se soltem, e aí, em conseqüência, o matrimônio comece a sofrer.
Encontramos na revista DECISÃO, da igreja adventista, um artigo de autoria de Rubens Lessa,  artigo simples, mas muito claro sobre "Como Fortalecer seu Casamento". Nele o autor, baseando-se em uma "receita" do conselheiro matrimonial, Dr. Charles M. Sell, indica 3 vínculos muito necessários para o bom relacionamento entre marido e mulher.  O autor diz:
"Quando Richard Burton e Elizabeth Taylor se casaram, uma onda de excitamento dominou seus admiradores ao redor do mundo.  "Eles formam um casal perfeito", muitas pessoas exclamavam.  Esses dois grandes astros do cinema possuíam dinheiro e fama para explorar todo o tipo de fantasia.  Fizeram viagens fascinantes.  Trocaram presentes caríssimos.  Entregaram-se às mais ardorosas paixões.  O "amor", porém, não durou por muito tempo.  Como uma planta frágil, não suportou o sol das realidades da vida.  Tinham tudo e, ao mesmo tempo, não tinham nada.
Por que não permaneceram juntos? Simplesmente porque viveram de paixão e fantasia.  Por isso alguém afirmou que o romantismo é para o casamento o que o sorvete seria para o alicerce de uma casa.  É claro que o aspecto romântico do amor não pode nem deve ser deixado de lado.  Ele tem seu papel.  Mas ele por si só não contribui para fortalecer o casamento, a menos que esteja dentro de uma moldura sólida.

Embora o amor romântico possa proporcionar momentos de relacionamento espetacular, não é garantia de sucesso.  Não tem o poder de fazer com que duas pessoas permaneçam juntas para sempre.  Algo mais é necessário.  O Dr. Sell tem uma receita para fortalecer  o casamento, tornando-o duradouro e feliz.  Essa receita poderia ser chamada assim: Vínculos do Amor.

1. Um bom casamento envolve entrega
De acordo com esse experiente conselheiro, o primeiro vínculo se acha em uma afirmação que Jesus fez sobre o casamento.  Toda vez que lhe faziam perguntas sobre divórcio, ele falava mais sobre o casamento.  Ele sabia que o casamento exigia mais do que boas leis para manter as pessoas casadas.  Por isso o Mestre recordou um conceito do A T, que diz o seguinte: "Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa" (Mt 19.5).
O verbo "unir" nesta afirmação de Jesus, significa na língua hebraica "aderir", "ligar", "colar".  É o que acontece a dois pedaços de argila ou madeira que se ligam um ao outro.
O marido, portanto, "se liga" à mulher, se une a ela, vive com ela, permanece a seu lado.  A afirmação de Jesus não se refere apenas à união sexual; vai muito além disso.... Na verdade, o verbo "unir" significa entrega.  E entrega total.
Essa entrega mútua é o mais forte adesivo no âmbito do casamento.  É uma coisa profundamente pessoal.  Cada cônjuge entrega o corpo, seus pensamentos íntimos – enfim, tudo, a seu parceiro.  Nada é retido.  Em razão disso Jesus afirmou: "Portanto, que ninguém separe o que Deus uniu".
Embora cada cônjuge deva "entregar-se" sem reservas a seu companheiro, não perde a sua individualidade, pois essa entrega é resultado do amor verdadeiro que não é cego, apaixonado, irracional.  Por isso, o exercício da vontade permanece intacto.

2. Um bom casamento envolve amor semelhante ao de Cristo
Esse tipo de amor é diferente do amor romântico.  O amor romântico se baseia na fantasia; já o amor semelhante ao de Cristo é realista, mas nem por isso deixa de ter sabor.  O amor verdadeiro não leva em conta as faltas do parceiro.  É cheio de misericórdia e paciência. (Paulo o descreve em 1 Co 13.  OBS.: Os comentários entre parênteses são meus).
O apóstolo Paulo aconselha os maridos da seguinte maneira: "Maridos, amem as suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e deu a sua vida por ela" (Ef 5.25).  A idéia de sacrifício está incluída nesta entrega.  Jesus amou tanto a igreja que se ofereceu como sacrifício para torná-la feliz e vitoriosa.  Na esfera do matrimônio, o amor é capaz de fazer sacrifícios. 
Quando morei na Inglaterra, tive o privilégio de conhecer um casal de idade avançada.  A mulher, apesar de enrugada e paralítica, dava a impressão de que, na juventude, fora muito bonita.  Agora, porém, vivia numa cadeira de rodas, sempre dependendo do esposo.  Mas o que me impressionou foi a bondade e o amor do marido.  Com todo o carinho e disposição, ele a levava de um lado para o outro, suprindo-lhe todas as necessidades.  Fazia sacrifícios, mas com o máximo prazer, para que a mulher se sentisse apoiada, segura e feliz. Ele a amava profundamente, pois tinha no coração uma centelha do amor de Cristo.

3. Um bom casamento envolve amor físico
O terceiro vínculo do amor relaciona-se com a parte sexual.  Trata-se de um elemento importantíssimo.  Se não fosse assim, Jesus não teria dito: "E os dois se tornam uma só pessoa".
O casamento é uma união completa de duas pessoas.  Suas vidas e corpos estão unidos intimamente.  Isaque, filho do patriarca Abraão, tomou a Rebeca, "e levou Rebeca para a barraca onde Sara, sua mãe, havia morado, e ela se tornou sua mulher.  Isaque amou Rebeca..." (Gn 24.67).  A atração física que existe entre os cônjuges é algo sublime e foi estabelecido pelo Criador.  No livro de Cantares de Salomão, há algumas declarações de amor muito interessantes.  Por exemplo: (ele)"Mostre-me o seu rosto; deixe-me ouvir a sua voz, pois a sua voz é suave e o seu rosto é lindo" (2.14); (ela)"é doce beijar a sua boca, e tudo nele me agrada.  Assim é o meu amado, assim é o meu noivo" (5.16).  (Todo o livro de Cantares tem por objetivo exaltar o amor conjugal/sexual).
O sexo, todavia, não pode ser visto como um fim em si mesmo.  Muitos casamentos caem por terra em virtude de o sexo ser tido como a única razão do matrimônio.  A parte sexual, no entanto, pode contribuir muito para fortalecer o casamento quando é vista como um dos meios providos pelo Criador para construir a felicidade do casal.  (Para a teologia da igreja católica sexo serve só para procriar, gerar filhos.  Não é isso que Paulo escreve, ao dizer que marido e mulher têm o dever de ceder um ao outro o que cada um tem direito: sexo, como fator de união: 1 Co 7.3).
E cabe aqui uma advertência de Jay Adams, autor do livro Competente Para Aconselhar: "Esposos e esposas que têm dificuldades em suas relações sexuais, muitas vezes descobrem que muitos dos seus problemas à noite são causados por dificuldades havidas durante o dia e que não foram devidamente resolvidas".  (Esta área, se não for devidamente esclarecida e tratada, pode gerar muitos conflitos conjugais.  O homem necessita de sexo, enquanto a mulher com palavras românticas pode se satisfazer).
As relações sexuais, ao invés de criarem embaraço e frustração, devem ajudar a promover um casamento feliz.

E feitas estas 3 colocações, o autor enfoca a necessidade de haver comunicação aberta para que estes 3 pontos possam ser postos em prática.

Os três vínculos do amor mencionados anteriormente só podem existir se houver uma boa comunicação entre marido e mulher.  Em sua obra Como Comunicar-se Com Seu Companheiro, Nancy Van Pelt afirma que importante aspecto de um casamento feliz é o desenvolvimento da habilidade de comunicar-se.  Segundo ela, gastamos 70% de nosso tempo em comunicação – falando, ouvindo, lendo ou escrevendo.  33% desse tempo é gasto em conversação.  "Esse elemento de nosso tempo é muito importante, pois mantém as pessoas unidas em seu relacionamento". (Nesta área, a comunicação, os homens em geral têm muita dificuldade.  Não adianta as esposas criticarem os maridos por não saberem conversar; elas precisam descobrir maneiras de estimular a comu-nicação, que é área na qual elas têm bem mais facilidade.  Críticas não resolvem; elas levam os maridos a se enfurnarem mais em sua "caverna".  Como diz John Gottman em Casamentos "soluções da noite para o dia não existem").

Mas conversar por si só não resolve todas as dificuldades.  Por isso a autora recomenda:
  1. Escolha a hora certa para comunicar-se com seu parceiro.  Às vezes uma boa noticia ou idéia cai  no vazio porque o momento não é apropriado.  Há tempo para falar e tempo para ficar calado.
  2. Desenvolva um tom de voz agradável.  A maneira como falamos é mais importante do que o que falamos. Deve haver mel na voz.
  3. Seja claro e especifico.  Diga com clareza o que pensa.  Nada de rodeios, que podem gerar dúvidas e desconfiança.
  4. Seja positivo.  Em muitos lares 80% da comunicação é negativa.  É fundamental saber apreciar.
  5. Respeite as opiniões de seu parceiro.  Você deve fazer isso até mesmo quando discorda do seu cônjuge. (muitas vezes não sabemos discutir problemas sem agredir, chantagear, se fazer de vítima, virar "muro de pedra" (homem), chorar (mulher).......!)
  6. Seja sensível às necessidades e sentimentos do seu companheiro.  Seja paciente ao responder ao que ele ou ela diz.
  7. Desenvolva a arte da conversação.  Um recente estudo feito na Universidade de Cornell, mostrou  que  quanto mais os esposos conversam com suas esposas, tanto mais satisfação alcançam. A comunicação, portanto, deve ser implementada entre os cônjuges.  Comunicar significa "fazer-se entender".  A palavra comunicação vem do latim communicare, que quer dizer tornar comum, partilhar, trocar opiniões, conferenciar..... A vida matrimonial requer este tipo de comunicação. Marido e mulher partilham o que cada um sente e deseja, pois o amor – sob a influência dos 3 vínculos – penetra e abarca todas as coisas.

O amor constrói pontes que, por sua vez, permitem o fluxo de um bom entendimento mútuo. O amor , nunca falha, mesmo na mais forte tempestade.

      Os vínculos do amor "amarram".
Rev. Heldo Bredow - Curitiba/PR

Gotas de Óleo na Engrenagem do Relacionamento (Encontro de Casais)

Introdução:
Ouvir por diversas vezes a gravação do rangido das dobradiças de algumas portas mal lubrificadas. Pedir para os presentes identificarem. É irritante o barulho constante de dobradiças sem óleo...
Tomemos como exemplo o caso de um doente, passando muito mal, que requer silêncio e calma. O doente está em fase terminal. O médico o mandou prá casa, como se diz "prá morrer em casa". Qualquer ruído o irrita. De própria experiência sabemos que, quando algum problema físico nos incomoda, qualquer barulho deixa os nervos à flor da pele. E a porta do quarto onde está o doente, no vai-e-vem e no entra-e-sai do médico e das pessoas que o visitam, fica rangendo.... no abrir e no fechar. Ninguém da casa se dá de conta do costumeiro barulho. Já estão acostumados. Já por anos e anos a família estava habituada com ele.
Um vizinho atencioso se incomoda com aquilo. Nunca lhe tinha chamado a atenção porque nunca tinha entrado naquele quarto. E aquele barulho enervante das dobradiças secas e mal conservadas o irrita. Sem cerimônia, sem perguntar à família, busca em casa um tubo de óleo lubrificante e algumas gotas somente fazem silenciar o desgastante e irritante barulho de dobradiças secas e mal cuidadas. A porta continua a ser aberta e fechada. O irritante rangido sumiu... pela presença de algumas gotinhas de óleo.
Irritante é o relacionamento humano onde há constante rangido. Com o tempo, talvez, nem seja percebido pelos "de casa". A gente se acostuma a tal ponto com as irritantes refregas do vai-e-vem das discussões acaloradas, que no fim acha falta quando as "dobradiças" não rangem. Mas nos convençamos: Um mau relacionamento, um relacionamento seco, onde meia dúzia de palavras já irritam, no qual não se sabe trocar meia dúzia de palavras sem aparecer o rangido, ele é visto pelo vizinho, e ele irrita. Quando as "dobradiças" de nosso inter-relaciona-mento não são conservadas com algumas gotinhas de óleo, elas rangem, irritam, desgastam e deixam uma má impressão no "vizinho" e um mau resultado prá nós mesmos.
Em muitas ocasiões há tumulto dentro de nossos lares, no ambiente de trabalho, numa reunião qualquer. São as dobradiças das relações mal conservadas fazendo barulho inconveniente. São problemas complexos, conflitos, inquietações, abalos. Mas nós, na maioria dos casos, podemos apresentar a cooperação definitiva para a extinção das discórdias. Não é preciso o vizinho intervir com um tubo de óleo. Basta lembrarmos do recurso infalível de algumas gotinhas de compreensão, de silêncio, de carinho, de perdão, de paciência, de fraternidade, de amor, de afeição, e o irritante barulho cessa, os nervos se acalmam e a desgastante irritação vai embora.
Vejamos algumas situações mais freqüentes de rangido em nossos relacionamentos:
1) Discussões calorosas geralmente provocam ressentimentos, mágoas, ofensas, agressões verbais e mal-estar. Relacionamentos em tais estados de ânimos exaltados e de sentimentos feridos, obrigatoriamente rangem, incomodam e se tornam extremamente desgastantes e não vão longe. Geralmente são a porta de entrada para a interrupção de relacionamentos conjugais, familiares ou sociais. 
E nós nos acostumamos a este "barulho", não sabemos nos relacionar sem ele. Mas o vizinho (pessoas de fora) percebe e se irrita. É que o rangido está ali.......
Aplique algumas gotinhas de perdão – lubrifique o relacionamento irritante. Este processo, que parece tão simples, é muitas vezes complicado em relacionamentos onde ninguém quer "dar o braço a torcer" por pura falta de humildade. Perdão sincero e verdadeiro, sabemos, está "amarrado" ao perdão de Cristo. Perdoe e peça perdão. A "porta" invisível do relaciona-mento vai para os dois lados.
2) Impaciência leva as pessoas a agirem com estupidez. O interlocutor começou a falar, a pessoa pensa que já deve interromper, dar o troco, devolver a voz exaltada. E se olhamos bem, vamos ver que toda a nossa vida está muito marcada pela impaciência, pelo próprio contexto da vida moderna agitada.
Uma gotinha de silêncio e paciência para ouvir e para esfriar os ânimos do interlocutor desarma um clima de nervos à flor da pele. Tente. "Cala-te, boca" muitas vezes deve ser uma exigência imposta a nós mesmos. O outro vai "baixar a bola" se não tem quem fica competindo com ele. Diz um ditado alemão "Schweigen hat Gold im Mund" (silenciar tem ouro na boca). Salomão até diz que "no muito falar há pecado" (Pv 10.19).
E se eu sou o agressor impaciente, aquele que só sabe "roncar grosso" quando me relaciono com alguém, que me lembre que Deus é juiz! "A impaciência é toda vã" dizia um hino (versão antiga) ou "a impaciência dos pagãos não é própria dos cristãos" (versão atual) – Hino 320.4.
3) Relacionamentos frios, que por um fio descambam para a hostilidade, por causa da insatisfação que geram, são comuns e freqüentes hoje em nossos lares, sem falar na gelada sociedade. Se num lar predomina a frieza, não será de admirar que filhos, especialmente adolescentes, procurem subterfúgios e outras compensações para preencherem o vazio: amizades secretas, drogas, namoros escondidos, pornografia (são tudo compensações). Ela também leva tantos homens aos bares e tantas mulheres à amargura e desilusão.
Gotinhas de carinho, em vez de críticas que ferem, julgamentos precipitados e desin-teresse pelo relacionamento, produzem efeitos duradouros para um ambiente sadio e gostoso. Afeto, gentileza e palavras carinhosas são como a diária massagem na alma. Estas gotinhas mantêm pessoas unidas por fortes laços e amizades duradouras. Aprendamos a ser (mais) carinhosos com quem nos relacionamos. 
4) Intolerância existe muito forte entre pessoas e povos. O intolerante não aceita erros ou falhas nas atitudes alheias. Geralmente (para não dizer sempre) o intolerante é um exímio perfeccionista (a seu modo). A intolerância conduz a discórdias e desavenças, no caso de alguém não se calar diante de repreensões insensatas e exigências descabidas, ou conduz a humilhações, seja de quem for. Marido intolerante está constantemente de olho em cima das palavras e atitudes da mulher e vice-versa. Pais intolerantes encaminham filhos à revolta e à fuga do "ninho" precocemente. 
Gotinhas de afeição e compreensão combatem e reprimem a tendência intolerante e lubrificam as engrenagens da amizade verdadeira, inclusive no casamento. Nós casados temos que nos convencer sempre que a pessoa mais amiga, "amiga do peito" não deve e nem pode ser outra que não nosso cônjuge! E nossos filhos, embora possam nos chamar de antiquados e caretas, precisam ver em nós pais pessoas amigas, em quem possam confiar e a quem abrir o coração, sem medo de serem pisoteados em sua estima, mesmo quando erram e então buscam apoio em nós.
Outras causas e outras situações certamente, além das mencionadas, fazem a porta do nosso relacionamento seguidamente ranger e irritar. Que o "vizinho", Jesus Cristo, intervenha com seu Evangelho e perdão e lubrifique nossos corações, bocas e mãos.........
Subsídio: adaptado (p/ Rev. Heldo Bredow) de mensagem de autor desconhecido em página da internet.

O Relacionamento Familiar - Estudo para Encontro de Casais

Introdução:
O ser humano vive de relacionamento em relacionamento; ele é um ser social por excelência. Mas ele mesmo é que estabelece ou cria bons ou maus relacionamentos. Tudo depende de suas ações e reações em seu inter-relacionamento humano. Se ele quer ter um bom relacionamento familiar, por exemplo, ele vai ter que se esforçar para isso. É que um relacionamento familiar gostoso não cai do céu, não se instala por si só, mas precisa ser buscado com seriedade e empenho. O ser humano precisa aplicar certos princípios, os quais vão nortear seus contatos com os outros, especialmente sua família. E Deus lhe deu e lhe dá dicas muito claras em sua Palavra em como fazer isto, seja em suas PALAVRAS, seja em suas ATITUDES.

I - PELAS PALAVRAS
Palavras são um veículo que expressam, entre outros, sentimentos e desejos. A felicidade do casamento e da família depende de diversos fatores, e um deles é a fala ou a comunicação verbal. Por meio das palavras, COMO elas são expressas, COMO os componentes da família se tratam mutuamente através delas, se revela o desejo de EDIFICAR ou de DESTRUIR. E isto pode acontecer até inconscientemente (bons ou maus hábitos no emitir palavras).
a) Palavras que EDIFICAM: São ditas com paciência, com amor, com calma, no tempo certo, com domínio, temperadas. Estas sempre constroem. Grande parcela da felicidade familiar provém das palavras, mas não só das palavras, mas da MANEIRA como elas são ditas ou emitidas (Ler Pv 10. 19b; 12.18b; 15.4a; 15.28a; 21.23; 25.1 1; CI 4.6). Aqui não falamos tanto do conteúdo das palavras, mas do revestimento delas: a MANEIRA. Não tem sentido, por exemplo, o marido dizer para a esposa "Eu te amo", se ele diz isso com um tom raivoso ou frio.
b) Palavras que DESTROEM: São ditas com rancor, agressividade, ódio, com sentimento de vingança, remoendo o mal, em tom explosivo, aos berros e xingações. Elas revelam estultícia (loucura, falta de bom senso, "cabeça oca") e são a causa de grande parte de lares desfeitos, de filhos rebeldes e mal-criados, de cônjuges apáticos e revoltados e de um clima de constante mal-estar. Soma-se a isto ainda os palavrões tão em moda na sociedade. A agressão verbal é um dos grandes inimigos da boa intimidade e do romance conjugal! Se a agressão é contínua, se ela se tornou num hábito no relacionamento conjugal/familiar, isto vem a se tornar numa ferida aberta muito dolorida, especialmente para quem é vítima desta agressão por meio de palavras. Quem trata o familiar (esposa, marido, pais, filhos, irmão/ã) como trata o juiz de futebol, como pode esperar um ambiente cristão e agradável debaixo de seu telhado? E que testemunho de fé esta pessoa dá?

II - PELAS ATITUDES
Atitudes são reações: positivas ou negativas. A felicidade familiar depende das palavras E das atitudes positivas tomadas frente a dificuldades ou frente a decisões que precisam ser tomadas. Temos o sagrado direito de sonhar com um lar aconchegante, mas nunca se nele não sabemos ou não queremos tomar atitudes corretas: DEFENDENDO-O dos agentes destruidores e INVESTINDO nele.

1. DEFENDER O SAGRADO AMBIENTE FAMILIAR CONTRA:
a. Interferências de fora: Familiares, amigos,"amigos", práticas não cristãs, mundanismo (TV, mídia em geral). Preciso lutar pela família como instituição de Deus e não me acomodar à "nova moralidade" (= antiga imoralidade!). A vontade de Deus quanto à família não mudou desde Adão e Eva, e não vai mudar jamais!
b. Decepções e traumas de fora: Desentendimentos com colegas (trabalho, escola), com patrão, chefe de seção, membro da igreja, trânsito, etc. Nunca descarregar as frustrações, decepções e questões particulares fora de casa EM CIMA DA FAMÍLIA! Familiar não é saco de pancada. Respeitar os direitos de quem não tem nada a ver com o peixe!
c. Decepções e traumas de dentro: Mau humor, emburramento, chantagem. Ninguém agüenta por muito tempo de ter que conviver com alguém que com qualquer "pé de galinha" já faz uma janta. Doenças, decepções particulares e desilusões fazem a gente se tomar sensível, é verdade, mas nunca devem ser desculpa para descarregar na família o azedume duma vida frustrada.
d. Agressões: Verbal ou de ação (física). Ela é sinal de derrota e de falta de argumentação ou descontrole emocional: Aí se apela para a grosseria. 
Estas manifestações acima são as mais comuns contra as quais conselheiros e psicólogos têm a lutar quando tratam de problemas conjugais/familiares. Do ponto de vista bíblico, elas são algumas das muitas manifestações do velho homem.

2. INVESTIR NA FAMÍLIA, CULTIIVANDO OS PRINCÍPIOS:
a. Minha família em primeiro lugar: Se não possível quantidade de tempo, aí qualidade.
b. Da peneira: Frustrações e recalques de fora devem ficar LÁ FORA! (árvore de problemas)
c. Da transparência: Não esconder queixas e sentimentos, mas ser honesto (Mt 5.37).
d. Do PERDÃO: Pedir e dar perdão. Vinganças e revanches não convivem com perdão.
As coisas boas não acontecem naturalmente - elas são aprendidas, e normalmente com muito esforço e empenho!

Conclusão:
Ler Mt 12.37 e Tg 3. 10,1 1. A fé cristã não tem terreno mais propício e fértil para se desenvolver do que no lar onde reina o respeito verbal e o respeito físico (atitudes). O contrário é bem verdade também. (bandidos geralmente provêm de lares desajustados) Por isso os nossos lares e relacionamentos familiares são em grande parte aquilo que dizemos e fazemos no dia-a-dia e como o dizemos. O que destrói precisa ser destruído e combatido. "Eu sou assim mesmo" ou "também tenho o direito de errar" são desculpas pecaminosas. O que constrói deve ser estimulado pela leitura, estudo da Palavra e oração. NÃO É O MEU LAR EXATAMENTE AQUILO QUE EU SOU E COMO EU AJO?

O Cristão e o Serviço Social

A fé cristã sempre se manifestou em obras de amor ao próximo. O coração agradecido a Deus por todos os benefícios recebidos do Senhor e Doador da vida, não fica indiferente diante de situações onde este amor é necessário. Tal como o Salvador Jesus, que vindo ao mundo para salvar aos homens, não ficava indiferente ao ver enfermos, desorientados, desamparados, mas lhes estendia o amor de forma integral, assim também os cristãos, ao testemunharem sua fé ao mundo, farão seu testemunho ser acompanhado de obras de amor, onde estas forem necessárias.

1. O serviço social como tarefa da Igreja
Na Igreja primitiva não se perguntava se era tarefa da Igreja amparar as viúvas, os órfãos, os necessitados, os doentes ou os carentes. A Igreja, por amor ao próximo, motivada pelo amor de Deus, ajudava os necessitados. Assim foi que ao longo da história, a Igreja sempre se manifestou ao mundo de forma bem concreta através de obras de amor ao próximo, na ajuda e amparo aos carentes. A questão do serviço social não era tanto vista como tarefa a ser realizada, mas era parte do próprio ser Igreja.
Em nossos dias questiona-se se a Igreja deve ou não envolver-se no serviço social. Alega-se que esta é uma tarefa do estado e que dele deve ser cobrada. É evidente que o estado tem responsabilidade pelo bem estar social de seus súditos. No entanto, o amor cristão irá se manifestar sempre em qualquer situação onde este amor se fizer necessário. E o serviço social, motivado pelo grande amor que Cristo teve pela humanidade, sempre será uma atividade própria da Igreja cristã. O testemunho cristão não pode vir desacompanhado de obras de amor ao próximo.
É claro que a Igreja não irá desenvolver programas assistencialistas em seu meio, no sentido de manter o necessitado sempre dependente, mas irá promover um serviço social onde o carente é respeitado e considerado como uma pessoa a quem Deus amou e quer que se desenvolva como ser humano, no máximo de suas potencialidades. Como o ser humano só está no relacionamento correto com Deus quando recebe de Deus o perdão, o serviço social cristão sempre será acompanhado do testemunho a respeito da graça de Deus em Cristo Jesus.

2. Os problemas sociais
Problemas sociais sempre existiram e sempre existirão. Mas, talvez, em toda a história da humanidade, estes problemas nunca foram de dimensões tamanhas como em nossos dias. Os problemas sociais são realmente uma bomba prestes a detonar. Não é preciso estar politicamente envolvido em nenhum movimento de esquerda, direta ou centro, para reconhecer a gravidade da situação, não apenas em alguns lugares, mas em todas as partes do mundo. Estes problemas se manifestam também nas congregações cristãs. Nem tudo que diz respeito a esta área poderá ser resolvido pela ação dos cristãos. Mas certamente os cristãos serão os primeiros dispostos a ajudar a carregar as cargas uns dos outros e a diminuir os sofrimentos dos que padecem.
Os problemas sociais podem ocorrer por causa de estruturas sociais injustas, por causa da maldade humana no trato com o seu semelhante, por causa de desastres involuntários. Quem está em meio ao problema precisa mais do que uma explicação da causa de sua dificuldade. A explicação da causa é importante para ajudar na solução definitiva das dificuldades e para evitar a repetição de problemas. Mas a ajuda imediata precisa estar presente no meio da dor e da aflição. São muitas as situações em que uma congregação cristã precisa estender a mão em amparo aos necessitados. Vamos abordar apenas algumas das mais comuns.

A. ÓRFÃOS, MENORES ABANDONADOS E CARENTES 
As crianças são as que mais sofrem em todos os problemas sociais. A existência de órfãos pode ter muitas causas, bem como a existência de menores abandonados e carentes. Mas, antes de tudo, estas crianças precisam de amparo. Quando surgem órfãos em meio a uma congregação cristã, esta deve procurar ampara-los providenciando um lar para eles. Muitas vezes, existem famílias dispostas a receber estas crianças em seu meio. A congregação pode coordenar este encaminhamento. Os menores carentes podem ser ajudados mediante auxílio às famílias das quais eles vêm. Os menores abandonados talvez precisem ser encaminhados a outras famílias ou instituições. O ideal, no entanto, é manter o vínculo familiar sempre que possível. O que puder ser feito em favor destes pequeninos, deve ser feito, e com urgência.
Além do citado acima, a congregação pode apoiar e ou criar instituições que dão amparo aos menores. Este apoio pode ser afetivo (visitando as crianças, dando-lhes amor); pode ser espiritual (orando pelas crianças; ensinando-lhes o amor de Deus em Cristo; criando nelas a fé e a esperança); pode ser material (ajudando a instituição financeiramente, providenciando roupas, mantimentos, brinquedos); e pode ser de todas as outras formas possíveis de ajuda que a congregação dispõe.
A congregação poderá atuar em favor do menor dando testemunho público em favor da criança, afirmando ser da vontade de Deus que nenhum destes pequeninos se perca, e que eles merecem o amor e o amparo dos adultos.

B. OS DOENTES E SOFREDORES
Doenças ocorrem na vida de todas as pessoas. Existem doenças que são rapidamente vencidas; outras são prolongadas e sem esperança de cura. E muitos outros tipos de doenças e sofrimentos. A congregação irá providenciar para que todas estas pessoas tenham consolo em meio ao seu sofrimento, através do contato com a Palavra de Deus. irá também procurar ajudar em tudo o que for possível para que estas pessoas sofram menos. Poderá providenciar remédios, hospitalização, atendimento especializado, transporte para participação nos cultos, companhia, e tudo o mais que for possível e realizável.
Atenção especial merecem as pessoas vítimas de doenças prolongada e ou de deficiência física. Elas, muitas vezes, são esquecidas e suportam quase tudo solitárias em sua dor. A congregação tomará providências para que também estas pessoas não fiquem sem amparo.

C. OS CARENTES
Existem diversos tipos de carências. Aqui falamos especialmente dos carentes materiais. Muito pode ser feito quando há interesse em ajudar estas pessoas. Sem muito gasto financeiro, pode ser ajudada uma família que precise reformar urgentemente a casa, podem ser providenciadas roupas, alimentos, remédios e outras coisas que fazem falta para as pessoas.
Na ajuda aos carentes são necessários alguns cuidados. Deve-se cuidar para não humilhar a pessoa que precisa, sobrecarregando o seu ser com dificuldades maiores do que ela já tem para suportar. Por outro lado, deve-se tomar o cuidado de não incentivar a preguiça e o mau-caratismo. Uma das maneiras de superar as dificuldades citas, é ajudando os carentes no local de habitação dos mesmos. Uma visita a estas pessoas, além de transmitir claramente o amor cristão e o interesse que se tem por elas, irá orientar o visitador sobre qual a maior necessidade e sobre como é a melhor forma de ajudar. Caso a pessoa não precise de ajuda, também ficará evidente durante a visita.

D. OS VICIADOS
Há diferentes tipos de vícios difundidos em nossa sociedade. Alguns causam dependência física e prejudicam a saúde da pessoa. Outros, além da dependência, causam a decadência do viciado e têm sérias implicações familiares e sociais. Grandes problemas estão ligados ao vício em bebidas alcoólicas e ao vício em substâncias tóxicas como maconha, cocaína e outras. Via de regra, o viciado precisa de assistência especializada. Discute-se se o viciado é apenas um doente ou se o seu problema está ligado ao pecado. Na realidade, ele é ao mesmo tempo um doente e um pecador. A congregação poderá ajudar viciados encaminhando-os a tratamento especializado e amparando-os em suas dificuldades, garantindo-lhes que Deus os ama e quer a recuperação total deles.

E. OS MIGRANTES
São várias as causas que provocam o alto movimento migratório do nosso tempo. Este é um fenômeno quase que mundial. Há um inchaço das cidades, especialmente em suas periferias, há uma busca por melhores empregos, por aperfeiçoamento nos estudos, e tudo isto provoca a migração. As pessoas que são arrancadas de seu meio, por qualquer que seja o motivo, passam por momentos de instabilidade e de adaptação em sua nova morada. A congregação cristã precisa servir de grande auxílio para estas pessoas, ajudando-as em suas necessidades mais básicas, como arrumação de casa, indicação dos lugares de compras, farmácia, médicos, bem como orientando estas pessoas a viverem na fé, convidando-as a participarem dos cultos e falando-lhes do Salvador Jesus Cristo.

F. INJUSTIÇAS SOCIAIS
A existência de injustiças sociais é muito evidente. Elas acontecem praticamente em todos os regimes de governo e em todos os tipos de organização social. Os cristãos também as sofrem e, por vezes, precisam suportar. Mas cristãos não são indiferentes a este fato. Eles irão assistir os injustiçados e irão lutar, inclusive, diante de Deus, em favor deles. Importante palavra Martinho Lutero diz a respeito deste assunto no Catecismo Maior, na explicação da quarta petição do Pai Nosso: Que miséria há no mundo agora, já simplesmente por causa de moeda falsa, sim, por causa do cotidiano gravame e alta de preços no comércio comum, em compra e trabalho, por parte daqueles que a seu arbítrio oprimem os pobres e os privam do pão de cada dia! Verdade que temos de suporta-los; mas eles que se precavenham, não lhes suceda perderem a intercessão comum, e se acautelem para que esta partezinha do Pai Nosso não se volte contra eles.

G. AS CALAMIDADES PÚBLICAS
Calamidades podem ser provocadas por forças da natureza ou por desastres de grande natureza (acidentes, vazamento de gases tóxicos, explosões, enchentes etc) ou ainda guerras e atos terroristas. O grande número de vítimas e a urgência do atendimento fazem com que seja necessária a mobilização do maior número de pessoas possível dispostas a ajudar. A congregação cristã, que é uma das forças organizadas da sociedade, certamente irá ajudar a minorar o sofrimento dos atingidos pela calamidade.

3. A congregação organizada para o serviço social
Como vimos acima, são muitas e variadas as necessidades humanas. É uma tarefa gigantesca para a qual uma congregação, por vezes, pode sentir-se fraca e impotente. No entanto, dentro de suas limitações e possibilidades, a congregação não irá fugir de suas responsabilidades. E Deus, certamente, a irá amparar neste trabalho.
A congregação poderá começar a se organizar para esta atividade escolhendo uma diretoria ou comissão de serviço social, que irá planejar e liderar as atividades da congregação neste setor. Esta diretoria irá fazer uma listagem das principais necessidades que precisam ser satisfeitas, irá divulgar oportunidades para a prática do bem, irá promover seminários de serviço social na congregação, treinar visitadores para visitas a carentes, enfermos e deficientes. Acima de tudo, estará atenta para tudo o que surgir neste setor.
Um dos elementos que poderá ajudar muito a diretoria de serviço social será o coordenador dos grupos familiares de estudo bíblico (em nossa congregação temos oito coordenadores). Eles, estando em contato constante com os membros do seu grupo, e estando treinado para estar atendo às necessidades dos que o rodeiam, informará a diretoria de serviço social a respeito das necessidades que surgirem.
Em casos especiais, que necessitem de uma atenção mais intensa, podem ser estabelecidas sub-comissões para trabalhos específicos.
Muitas congregações criam instituições de serviço social em seu meio. É um trabalho mais especializado que, embora louvável, não vamos tratar aqui hoje. A orientação para este trabalho requer, além de assistência especializada, providências de ordem administrativa, legal e congregacional. O que queremos, entretanto, ressaltar, é que mesmo não criando nenhuma entidade de serviço social, podemos ser uma congregação cristã empenhada em obras de amor em favor do semelhante.

As bases e a amplitude da Mordomia Cristã - Estudo

DEFININDO A MORDOMIA CRISTÃ
Mordomia Cristã é a atividade livre e alegre do filho de Deus e da família de Deus, a igreja:
  • como resposta ao amor de Deus em Cristo;
  • na administração de toda a vida e recursos da vida;
  • de maneira agradável a Deus e em parceria com ele;
  • voltada para o propósito último de glorificá-lo;
  • pelo fazer discípulos  de todas as nações.
A FORÇA DA MORDOMIA 
Para sermos verdadeiros mordomos cristãos, precisamos estar ligados à força que nos impulsiona a viver esta responsabilidade alegre. 
A única força motriz que nos leva a sermos verdadeiramente responsáveis é aquilo que Deus fez por nós. Em outras palavras, a mordomia de Deus nos impulsiona a vivermos a nossa mordomia.
Para sermos e vivermos a nossa responsabilidade, precisamos falar na obra da justificação operada por Deus dentro de nós. 

A OBRA DE DEUS
É de salvação através de Cristo. Cristo nos salvou de graça. Nós recebemos estes este benefício através da fé. O Batismo torna-se fundamental para nossa mordomia. Entendermos o que significa diariamente este relacionamento com Deus, segundo Lutero, é básico para qualquer ação.

A OBRA DO CRISTÃO
É deixar que a fé, que é um dom de Deus, seja o canal para alimentar a sua dependência de Deus através da Palavra e Sacramento. Inclusive é Deus que age em nós.
Lutero explicou isso um pouco mais detalhadamente:

Reino da Direita
Deus nos salva; Deus dá de graça tudo o que o pecador precisa; A ação de Deus é sempre pelo pecador que não consegue nada perante Deus.

Reino da Esquerda
Deus nos usa como instrumentos:
a. na família;
b. na sociedade;
c. na igreja.
Deus nos equipa com:
dons, tempo, mente, bens, conhecimento, etc. 

Observe três estágios na mordomia e destaque o estágio evangélico:
você deve fazer - você deveria fazer - você desejará fazer

AS DIFICULDADES NA MORDOMIA 
Por que, mesmo tendo Deus como nosso salvador, em meio à congregação,  temos problemas na nossa mordomia:
A.  Porque nem todos são verdadeiros filhos de Deus (idolatria); 
B.  Porque vivem em franqueza de fé;
C.  Porque vivem na ignorância da fé;
D.  Porque vivem em escândalo perante Deus e o próximo;
E.  Porque o motivo de sua mordomia é a lei e a obrigação moral.
As dificuldades surgem quando não dependemos exclusivamente de Deus. Quando substituímos Deus, e isso fazemos constantemente, agimos com fraqueza em nossa mordomia.

ALEGRIAS E RECOMPENSAS DA MORDOMIA CRISTÃ
As nossas alegrias e recompensas não são por méritos próprios, mas pela graça em Cristo. Somos e seremos recompensados porque Cristo nos garantiu:
  • a oportunidade para trabalhar;
  • a certeza de que dependemos de Deus;
  • a oportunidade de compartilharmos nossas alegrias e tristezas;
  • a oportunidade para cumprirmos a tarefa dada por Cristo aos cristãos;
  • Deus abençoa mordomos fiéis com tudo o que é necessário;
  • Deus nos dá a vida eterna ao céu lado após esta vida na terra.
A AMPLITUDE DA MORDOMIA
A nossa mordomia acontece onde sou chamado por Deus. A minha responsabilidade de agir como cristão me faz viver como cristão na (dê exemplos de como podemos agir como mordomos):
a.  igreja  
b.  família
c. sociedade

PARA CONVERSAR:
1. Qual a sua razão de viver? Como, no seu dia-a-dia, você consegue lembrar, demonstrar, sentir que é um filho de Deus?
2. Fale do seu batismo. Talvez procure sua certidão, lembrando do dia, da congregação, do pastor, dos padrinhos. Mas, descreva especialmente a relação que se criou a partir deste dia com seu Deus e com o seu próximo.
3. Como os mandamentos podem ser vistos como a santa vontade de Deus para a nossa vida? Por que podemos encarar os mandamentos como um desafio suave e alegre para nossa vida? Por que não?
4. As desculpas que você dá para sua responsabilidade, especialmente na igreja, são viáveis e aceitáveis perante Deus.

A Oferta Proporcional - Estudo

A. Princípios e Fundamentos das Ofertas Cristãs 
Os cristãos precisam aprender os fundamentos do ofertar cristão. Estas são as considerações
  1. Deve-se conhecer o significado do dinheiro, que é recebido em troca do uso do tempo e das habilidades. O dinheiro é um legado de Deus. Cem por cento deve ser gasto para a glória de Deus em necessidades espirituais, físicas e outras. Estas verdades devem ser ensinadas a todos os membros.
  2. Dar é expressão de amor. Provai ... a sinceridade do vosso amor (2 Co 8.8).
  3. Dar faz parte do culto - Salmo 96.8. O plano de Deus em Cristo confere à dádiva monetária caráter sagrado, pois mediante o amor se torna um ofertar-se a si mesmo. Tratar das finanças da igreja como meras coletas é denegrir um ato que é parte do culto. A origem da oferta é a relação salvífica entre o homem e Cristo, e a própria oferta é ato de culto. Paulo não desceu, repentinamente, das alturas da montanha da ressurreição, em 1 Coríntios 15, para as profundezas do vale de uma "coleta" no capítulo 16. Paulo não perdeu altitude ao passar da ressurreição à oferta. Responder às gloriosas verdades do evangelho com atos de culto é dever  que cada pessoa tem. Que Deus tenha pena do pregador que faz observações como essa: "Depois da mensagem que tanto nos inspira e eleva, hesitamos em levantar uma coleta." Tal afirmação deprecia a mensagem. O ministro previdente poderia dizer: "Não poderíamos encontrar hora mais apropriada para levantar uma oferta. Continuaremos agora nosso culto oferecendo nossas dádivas monetárias." Dar, como tudo o mais na mordomia, tem sua origem no amor de Deus, e é resposta a esse amor.
  4. Ofertar generosamente é dom divino - 2 Co 8.1, 2.
  5. Problemas básicos na questão das ofertas são falta de conhecimento, fé e amor; falso padrão de valores e cobiça. Deus se interessa por nossas atitudes. As necessidades da igreja não são a medida para nossas dádivas. Evitemos maus padrões de ofertas. Não dar ou dar pouco é pecado - Mateus 3.8; Lucas 12.48. Estamos dando devido a bênçãos, e não para um orçamento vazio. Damos de um coração que ama, não para um orçamento vazio.
  6. Mateus 6.33 (Buscai em primeiro lugar o Senhor) é o alvo de toda a vida, também das ofertas cristãs, e é expressão natural da fé. Demos as primícias, não os restos.
  7. Demos como Deus deu - 1 Co 16.2. Demos semanal ou regularmente, demos porcentagem generosa. O amor e a fé irão estabelecer a porcentagem. Não se pode dar aquilo que se não tem, mas aquilo que de fato se tem - 2 Co 8.12.
  8. Ofertar primícias, ou porcentagem generosa, é plano par todo o povo de Deus. Requer-se de mordomos que sejam encontrados fiéis - 1 Co 4.2.
Em sua exposição clássica sobre as ofertas cristãs em 2 Coríntios 8 e 9, Paulo cita alguns princípios básicos que os cristãos devem tomar em consideração ao fazer suas ofertas. Azaria resume a mensagem destes capítulos da seguinte maneira: Dar é graça e está intimamente relacionado com o estado da vida espiritual, é evidência da atuação misericordiosa de Deus nos corações dos homens (8.1). A aflição não é obstáculo e a pobreza não é barreira para se ofertar generosamente; é sempre, e em toda a parte, verdade que dar não depende de riqueza (8.2). O padrão das ofertas deve caracterizar-se por percentagem definida dos rendimentos, mas esta percentagem deve ser fixada pelo que oferta, ele mesmo, e não por outros, pois dar deve ser algo espontâneo e voluntário (8.3). Dar significa comunhão no servir, em que o ofertante participa no trabalho de Deus (8.4). Dar-se a si próprio precede a oferta (8.5). Dar é graça cristã, e os líderes devem cuidar no sentido de que os cristãos cresçam também nesta graça (8.7). O ofertar não pode ser ordenado por autoridade humana, mas deve ser espontâneo e livre; só pode ser recomendado em bases espirituais (8.8). O ofertar cristão não se fundamenta em certas passagens veterotestamentárias ou na legislação mosaica, mas na suprema autodoação do próprio Deus, através de nosso Senhor Jesus Cristo; o modelo e a medida para as ofertas cristãs é a doação de Cristo (8.9). É função dos ministros da igreja capacitar os cristãos em seu próprio benefício; uma mente voluntária é grande requisito, e o cristão deveria dar do que tem, e não daquilo que não possui (8.10-12). Ofertar de maneira cristã significa comunhão cristã. Os que foram abençoados, considerarão privilégio seu compartilhar o que têm com os co-irmãos em Cristo que passam necessidade (8.13-14). Um bom exemplo de ofertas é oportuno, pois outros se alegram com manifestações de amor (8.24; 9.1-4). Deus não admoesta os cristãos dar com vistas a recompensas, mas ofertas generosas trazem ricas recompensas pela graça (9.8-14). Nenhuma oferta nossa pode ser retribuição adequada pelo maravilhoso dom de Deus. Admoesta-se o cristão a dar porque ele foi redimido pelo precioso sangue de Cristo e recebeu a maior de todas as dádivas - a graça divina em Cristo Jesus no perdão dos pecados (9.15).
Para auxiliar as pessoas a considerar com seriedade a expressão de sua fé através de ofertas cristãs, podemos propor as seguintes questões: (1) Todos os gastos que faço refletem uma percepção cristã de valor? (2) Minhas ofertas representam as primícias de meus rendimentos? (3) As finalidades espirituais recebem prioridade? (4) Minhas ofertas são feitas por amor a Jesus, quem é que recebe estas ofertas? (5) Minhas ofertas são a medida plena de minha fé e meu amor a Cristo? (6) Minhas ofertas representam parte ou percentagens generosa de meus rendimentos? (7) Estou disposto a viver sem alguns dos luxos atuais, a fim de compartilhar uma parte maior de meus bens com o Mestre? (8) Estou disposto agora a aumentar minhas ofertas pessoais em 1 ou 2 porcento de meus rendimentos se estou dando mais de dez por cento? (9) Estou disposto a aumentar agora minhas ofertas em mais 3 ou 4 por cento ou mais, se estou dando menos de dez por cento?
A contribuição proporcional depende da compreensão espiritual, no amor e na fé. Para se calcular a oferta, não haverá grandes dificuldades em se determinar a base para a percentagem quando o coração e a mente se conservam receptivos às considerações em torno do problema, feitas em oração. A atitude é o ponto de partida quando se começa calcular a percentagem. Deve-se deixar o método de execução ao julgamento individual e à consciência iluminada. A única maneira de calcular a renda é agir como filho de Deus.
Todos os gastos e cálculos de orçamentos são assunto bem espiritual e exigem grande flexibilidade. Mais que de fórmula de conduta, trata-se de modo de vida. Tudo o que se precisa para calcular as ofertas proporcionais, além de conhecimento da matéria é: lápis, folha de papel e coração voluntário - nada mais. Há abundância de lápis e papel. Deus providenciará o coração voluntário. Onde existir coração voluntário não haverá ofertas desproporcionadas mas proporcionais.

B. As Prioridades devem ser Estabelecidas
Quando Deus não está no centro da vida do homem, há um ídolo no lugar de Deus, e a ele todas as coisas e mesmo a própria vida são oferecidas. Os esforços que ensinam a ofertar deveriam ser dirigidos para produzir primeiro a entrega do coração, do eu. O homem que se dá a si mesmo primeiro ao Senhor, emprega todo o seu dinheiro para Deus, mas isto não significa que o dá todo para a congregação. À medida em que ele o gasta para as necessidades físicas de sua família e para todos os fins caritativos e espirituais, como cristão, ele se dá a si mesmo primeiro.

C. Dar o Dízimo faz parte de Nossa Mordomia Pessoal?
Algumas considerações:
  • a ênfase no dízimo preencheu um vácuo em que se fazia necessário um programa educacional eficiente sobre ofertas proporcionais, mas ele precisa ser reavaliado teologicamente;
  • a mordomia cristã reconhece que não só dez por cento, mas tudo pertence a Deus, e que o homem age como administrados de todas as coisas que Deus lhe deu. O ofertar no N.T. não é realidade crua determinada por leis matemáticas e rígidas decimais, mas é manifestação de amor;
  • percebe-se a superficialidade do ponto de vista de que o dízimo é o único método divino e incondicionalmente obrigatório para a prática da mordomia cristã. Não lhe falta apenas fundamentos neo-testamentário como também conduz a um legalismo antropocêntrico que põe em risco a verdadeira religião;
  • dar o dízimo é prática recomendável, mas deve ser manipulado com cuidado, visto não ter aprovação no Novo Testamento. Sem dúvida, dar o dízimo é uma virtude, mas deveria ser procurada por iniciativa própria. Não pode ser imposta a outros como vontade divina para eles. Não é uma virtude como a honestidade; é grau de virtude, e os líderes não deveriam impor graus de virtudes às pessoas. Os crentes crescem nestas virtudes.
  • os exemplos dos crentes, tanto do Antigo como do Novo Testamento, podem nos servir de guia; no entanto, nós só olhamos para o que Jesus fez pelos homens e então perguntamos: "Em vista de tal sacrifício feito por mim, que porcentagem darei?" Será 7, 10, 11, 13 por cento? Mais? Menos? A fé e o amor decidirão a porcentagem?
D. A Liberdade de Organizar a Vida em Resposta ao Chamado
Somos livres apenas enquanto nos mantemos ligados a Deus fitando-o continuamente. A união com Cristo nos conduz a uma liberdade que o homem natural desconhece. A liberdade desembaraça o cristão para prestar serviços maiores do que jamais poderia prestar se estivesse sujeito a leis rígidas. Liberdade não significa que se está livre para fazer o que bem entende. Significa liberdade para fazer o que agrada a Deus. Liberdade em Cristo não é liberdade desenfreada. É aliança com Deus em Cristo, é sujeição a Deus.
A mordomia pessoal sugere um ritmo de culto e testemunho, de aprendizado e resposta. Nossas vidas devem possuir flexibilidade; nelas deve haver lugar para variações e mudanças, que correspondem à personalidade única e individual que Deus destinou a cada um de nós. Apesar de termos o mesmo grau de fé e dedicação, cada um de nós reage diferentemente diante da mesma situação.
Algumas situações exigem escolhas difíceis, especialmente quando há urgência no que a igreja precisa fazer. Devemos algo a Deus, à sua igreja e a nós mesmos; estes três nunca deveriam ser colocados em competição um contra o outro. Quando sentimos necessidade de sucesso imediato, tendemos a fazer exigências a outros, para que concordem com a vontade do grupo. Mas, o dever nunca deve entrar em conflito com a liberdade. A dignidade cristã é destruída quando avaliamos um membro por sua produção. O funcionário não é ele mesmo quem age. Ele é somente um órgão que executa ordens. Alguém outro está exercendo sua vontade 'através dele'. Devemos nos lembrar que nossa autoridade para agir numa congregação, é autoridade delegada, e que no exercício de nossa autoridade somos responsáveis perante Deus.

E. Para Conversar
Com base no que aprendeu neste estudo, responda:
1. Quem oferta?
2. Quais serão as "desculpas" para se deixar de ofertar?
3. Explique: "a oferta é proporcional à fé do cristão".
4. O que é a oferta proporcional? Como ela se processa?
5. Por que estamos livres do dízimo?
6. Por que as prioridades precisam ser definidas na nossa vida?

1 Co 15.58-16.9 - Planeje suas ofertas

Texto: 1 Co 15.58-16-9

Introdução
Planejar está se tornando cada vez mais necessário.  E a importância do planejamento aumenta ainda mais quando o tempo é breve, os recursos são escassos e fazer o melhor é preciso.  A igreja – o povo de Deus – tem pouco tempo (sua tarefa é urgente), seus recursos não são muitos (precisam ser bem aplicados), e muitas almas precisam ser salvas (o Evangelho precisa ser anunciado).
Por isso a IELB solicitou que todas as Congregações fizessem um planejamento detalhado de seu trabalho até 2004.  
O lema do último Congresso Distrital de Leigos, realizado no dia 17/10/99, em Novo Hamburgo, foi: "Homens de fé – rumo ao 3º Milênio – Planejam".
Hoje, trabalhar sem previsão e sem direção, é um tiro no escuro.  Todos precisam planejar tudo: desde os gastos pessoais, passando pelo orçamento doméstico, até ao orçamento da maior empresa multinacional. 
"Planejar é pensar, ao invés de improvisar".
"Planejar é decidir antecipadamente o que fazer, como fazer, quando fazer e quem irá fazer.  É eliminar o hiato entre onde estamos e aonde queremos chegar" (Koontz e O'Donnell).
"Planejamento é pensar e anteceder ações e reações, com o objetivo de construir o futuro e ser pró-ativo." 

Deus planejou
1.  A criação do mundo – "Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.  Criou Deus, pois o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gn 1.26-27).
2.  A Redenção do homem – "Porei inimizade entre ti e a mulher; entre a tua descendência e o seu descendente.  Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn 3.15).
Vinde, benditos de meu Pai!  entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo (Mt 25.34).
Antes da fundação do mundo, Deus já nos havia escolhido para pertencermos a ele, sendo unidos com Cristo, a fim de sermos somente dele, e estarmos sem culpa diante dele.  Por causa do seu amor por nós, Deus já havia resolvido que nos faria seus filhos, por meio de Jesus Cristo, pois esse era o seu prazer e a sua vontade...  Deus, em toda a sua sabedoria e entendimento, fez o que havia resolvido e nos revelou o plano secreto que tinha decidido realizar por meio de Cristo.  Esse plano é o de unir no tempo certo, debaixo da autoridade de Cristo, tudo o que há no céu e na terra.  Pois tudo é feito de acordo com o plano e a decisão de Deus.  Ele nos escolheu para sermos o seu próprio povo, unidos com Cristo, de acordo com a sua vontade e com o que ele havia decidido desde o princípio (Ef 1.4-5, 8-11 – BLH). 

O apóstolo Paulo planejou
1. Fazer uma visita aos irmãos de Corinto: E, quando tiver chegado (16.3a); Irei ter convosco por ocasião da minha passagem pela Macedônia (hoje, Bulgária e Romênia? – 16.5);
2. Mandar levar a oferta através de pessoas credenciadas: enviarei, com cartas, para levarem as vossas ofertas a Jerusalém, aqueles que aprovardes (16.3b);
3. Demorar-se para um programa de visitas às igrejas da região: Eu me encontrarei com vocês depois de passar pela região da Macedônia, pois irei por lá.  Pode ser que fique algum tempo com vocês, talvez todo o inverno, e assim vocês poderão me ajudar a continuar a viagem que tenho de fazer.  Porque não quero vê-los apenas de passagem.  Se o Senhor quiser, espero ficar bastante tempo com vocês (16.5-7 BLH);
4. Ficar um tempo em Éfeso: resolvi ficar aqui em Éfeso até o dia de Pentecostes.  Pois encontrei aqui ótimas oportunidades para um grande e proveitoso trabalho (16.8-9 BLH);
Se prosseguimos na leitura do texto, vemos que Paulo também: 
5. Planejou a respeito dos companheiros Timóteo e Apolo: Se Timóteo chegar aí, façam tudo para ele se sentir bem entre vocês, pois, assim como eu, ele está trabalhando para o Senhor.  Que ninguém o despreze.  Ao contrário, vocês devem ajudá-lo a continuar a sua viagem em paz, para que volte aqui... (16.10-11 BLH).
Paulo não faz seu trabalho sem planejar.  Ele prepara tudo com zelo e antecedência.  As pessoas são informadas, orientadas e mobilizadas.  Assim, os imprevistos e os fracassos são reduzidos ao mínimo.  A obra de Deus exige este cuidadoso planejamento: Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente (Jr 48.10).

Os Coríntios devem planejar sua oferta
Os irmãos da Judéia estão passando fome.  As providências precisam ser rápidas, mas não irrefletidas nem improvisadas.  A oferta não deve ser "arrancada" num apelo de final de culto.  Também não num final de semana ou final de mês, depois de tudo já estar comprometido.  
Paulo ensina os cristãos de Corinto a preparar suas ofertas com antecedência, com planejamento: "No primeiro dia da semana, cada  um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for" (16.2).  O mesmo texto em A BÍBLIA VIVA: "Todos os domingos, cada um de vocês deve separar alguma coisa do que ganhou no decurso da semana, e utilizá-la para essa oferta.  A quantia depende de quanto o Senhor ajudou vocês a ganhar.  Não esperem até que eu chegue aí, para só então tentar coletar tudo de uma vez."  
Assim, na chegada de Paulo, tudo estaria pronto.  Ninguém estaria desprevenido e nem sofreria constrangimento. 

Planejemos também as nossas ofertas
Embora o texto em questão se refira a uma coleta especial para os necessitados de Jerusalém e arredores, há nele um princípio básico importante para qualquer tipo de oferta: o preparar a oferta, ou seja o planejamento.
Se Paulo insiste neste planejamento até para uma oferta especial em favor dos necessitados, maior ainda é a importância de planejarmos as nossas ofertas regulares para o Reino de Deus.
Como podemos planejar nossas ofertas?
Aqui entra novamente a necessidade de definir o que é planejamento: "Planejar é decidir antecipadamente o que fazer, como fazer, quando fazer e quem irá fazer".  
Quando se trata de planejar o trabalho do Senhor ou as ofertas para o seu Reino, precisamos acrescentar ainda um por que fazer.  Este, aliás, é o ponto de partida do planejamento cristão, e o apóstolo Paulo começa precisamente com este item, ou seja, com a motivação.
1. Por que planejar bem o trabalho e as ofertas? – A motivação correta e necessária é a graça de Deus em Cristo: Agradeçamos a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo!  Portanto, meus irmãos, continuem fortes e firmes.  Estejam sempre ocupados no trabalho do Senhor, pois vocês sabem que tudo o que fazem no serviço do Senhor sempre tem proveito (1 Co 15.57-58 – BLH). 
2. O que planejar? – As ofertas: Quanto ao dinheiro para ajudar o povo de Deus da Judéia, vocês devem fazer o que eu disse às igrejas da região da Galácia (1 Co 16.1).
  • No nosso caso: planejar as ofertas regulares (mensais, que incluem as ofertas para a Assistência Social).
3. Como fazer?...separar alguma coisa do que ganhou no decurso da semana, e utilizá-la para essa oferta... Não esperem até que eu chegue aí, para só então tentar coletar tudo de uma vez (16.2).
  • No nosso caso: Separar (reservar e destinar) uma parte do que ganhamos durante o mês.  Aqui entra a promessa, a decisão prévia, o planejamento da proporção que iremos ofertar.
 4. Quando fazer?Todos os domingos (dias de culto)...  Assim não haverá necessidade de recolher ofertas quando eu chegar.
  • No nosso caso: Todos os meses.  Assim não haverá necessidade de fazer apelos ou recorrer a pessoas quando precisamos fazer alguma reforma ou melhoramento na igreja (pinturas, bancos, lustres, arranjos, etc.), a não ser em casos realmente especiais.  As ofertas já estarão prontas e disponíveis.
 5. Quem irá fazer (ofertar)? --  cada um de vocês, isto é, todos os que participam da vitória de Cristo (15.57); todos os cristãos batizados.
  • No nosso caso: todos (do menor ao maior) são estimulados a participar da graça de ofertar. 
No caso de planejamentos que envolvem valores, podemos acrescentar ainda um sexto item:
6. Quanto ofertar? --  A quantia depende de quanto o Senhor ajudou vocês a ganhar (16.2 – A Bíblia Viva).
  • No nosso caso: o valor da oferta vai depender: 
    1. de quanto o Senhor ajudou – isto é, o quanto reconhecemos e valorizamos a ajuda de Deus (isto traduzimos no percentual);
    2. de quanto... ganhar – isto é, de nosso salário ou rendimentos.
 
Conclusão
 A oferta é um assunto inserido numa vida cristã total.  Por isso Paulo, ao ensinar os Coríntios (e a nós também) a ofertar, não deixou de:
 1. Consolá-los com o evangelho: Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Co 15.57);
 2. Conclamá-los à fidelidade: Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e inabaláveis (v. 58);
 3. Estimulá-los no trabalho geral do Reino de Deus: e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão (v. 58);
Rev.  Renato L. Regauer - Sapiranga/RS