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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Por que Batizamos Crianças?

Batizamos crianças porque:

  1. Jesus ordenou: Mt 28.19 e Mc 16.15,16. Crianças fazem parte de uma nação e são criaturas.
  2. Têm pecado (Rm 3.23), nascem em pecado (Sl 51.5) e são por natureza filhos da ira (Ef 2.3). Assim sendo, necessitam da graça de Deus, da regeneração e do perdão. Que crianças têm pecado prova-se no fato delas morrerem, pois "o salário do pecado é a morte" Rm 5.12; 6.23.
  3. São carne, nascidas da carne (Jo 3.6) e, como tais, perdidas no pecado, pois "carne e sangue não podem herdar o reino de Deus" (1Co 15.50); precisando, por isso, primeiro "nascer da água e do Espírito" Jo 3.5.
  4. Em circunstâncias normais a regeneração só pode ser efetuada na criança através do Batismo. Jo 3.5,6 e Ef 5.26. de acordo com a primeira passagem ninguém que despreza o batismo pode ser salvo.
  5. O batismo tomou o lugar da circuncisão (Cl 2.11,12), que era uma aliança eterna (Gn 17.7); e no AT as crianças eram circuncidadas com apenas 8 dias de idade.
  6. O Novo Testamento e a história comprovam que a igreja cristã sempre batizou crianças, desde os tempos apostólicos.
  7. Jesus pediu que lhe trouxessem as crianças (Mt 19.14), pois é da sua vontade que também elas sejam regeneradas e salvas (Mt 18.14).
  8. A promessa do batismo é também para elas (At 2.39), assim como a circuncisão o era para as de outrora.

Considerações gerais:

Pelas passagens acima se vê, claramente, de que há uma necessidade muito grande da criança ser batizada, pois, sendo ela pecadora, nascida da carne (e carne e sangue não podem herdar o reino de Deus), inimiga de Deus – ela precisa de um meio de graça para ser purificada do pecado, nascer de novo e tornar-se filha de Deus. E pelo que sabemos, só há dos meios disso acontecer, isto é, de Deus operar a fé: Palavra de Deus e Sacramentos (Batismo e Santa Ceia). Rm 10.16,17 e Jo 3.5,6. Ora, sabemos que a criança não está em condições de ouvir a Palavra de Deus, para que nela se opere a fé. Resta o Batismo. Por isso diz Pedro: "Agora vos salva o Batismo" (1Pe 3.21), "pois para vós é a promessa e para os vossos filhos" (At 2.39). Ora, se o batismo salva então quer dizer que opera a fé, pois "sem fé é impossível agradar a Deus" (Hb 11.6). Por isso Jesus pede aos seus seguidores que lhe tragam as crianças (Mt 19.14) para que recebam o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tt 3.5).

O problema todo dos que negam o batismo infantil está no fato deles acharem que o homem precisa fazer alguma coisa para se salvar, que é o homem quem se converte, quem escolhe a Deus e a hora de sua conversão – e que a criança está impossibilitada disso. Mas vejam o que dizem as seguintes passagens bíblicas a respeito: Ef 2.8,9; Jr 32.18; Jo 6.44; 15.16; 1Co 2.14; Ef 1.1,5.

Mais uma coisa: Esses que tanto falam contra o batismo infantil nem batismo têm. Para eles o batismo é um mero símbolo, um meio de se passar para a igreja e nada mais. Pois jogam o essencial fora e ficam só com a casca. Vejam as seguintes passagens bíblicas se o batismo é apenas um simples ritual ou meio poderoso de graça pelo qual Deus nos oferece a salvação eterna (1Pe 3.21 e Mc 16.16), lava e purifica dos pecados (At 22.16 e Ef 5.25,26), concede remissão dos pecados (At 2.38), regenera (Tt 3.5), reveste da justiça de Cristo (Gl 3.26,27) e confere o Dom do Espírito Santo (At 2.38).

Pois é, essa gente antes de discutir sobre o batismo infantil deveriam primeiro aprender o que é o batismo, qual é o seu valor!.. O simples fato de se tornar a batizar uma pessoa que já foi batizada, todas as vezes que muda de igreja, já mostra que não entendem nada de batismo, pois, de acordo com a Bíblia, o batismo é um só (Ef 4.5), e não 2,3,4... de acordo com o número de igrejas!...

Respondendo objeções:

Afirmam os que negam o batismo infantil que crianças não podem ser batizadas pois não sabem nada. Perguntamos: E na circuncisão, quando se fazia a promessa de pertencer ao povo de Deus e cumprir a sua aliança (Gn 17.9), sabiam elas o que estavam fazendo? Pois diz Paulo em Cl 2.11,12 que o batismo tomou o lugar da circuncisão.

Afirmam ainda que crianças não podem crer, e para receber o batismo é preciso ter fé (baseando-se em Mc 16.16, onde não diz nada disso). Pois concordemos com esta afirmação. Conseqüência: Condenação eterna, pois "quem não crer será condenado" (Mc 16.16) e "sem fé é impossível agradar a Deus" (Hb 11.6). Mas Cristo diz em Mt 18.6 e Mc 9.42 que crianças podem crer. Não sabemos como é essa fé, como também não sabemos como uma pessoa que está dormindo, anestesiada ou inconsciente pode continuar a crer. Temos, porém, que aceitar as palavras de Jesus! Nicodemos também não podia entender como isso era possível, mas Jesus lhe fez ver que isso não era obra sua, mas do Espírito de Deus (Jo 3.4-9) e que para Deus não há nada impossível (Lc 1.37; 18.27).

Afirmam igualmente que as crianças não necessitam de fé, nem de regeneração, nem do perdão dos pecados e nem do batismo – porque "dos tais é o reino dos céus". Já vimos que crianças têm pecado, nascem em pecado, são carne nascidas da carne e por natureza inimigas de Deus. Queremos apenas dizer que , estas crianças das quais Jesus disse ser o reino dos céus estavam sob o antigo concerto, debaixo da graça da circuncisão, eram circuncidadas (Gn 17.9-14), e que, além disso, eram trazidas a ele.

Afirmam, finalmente, que não há nenhum mandamento explícito de se batizar crianças. Respondemos: Nem que o proíbe! E se não há para crianças também não há para adultos, pois, se crianças não fazem parte "de todas as nações" os adultos também não. E onde há um mandamento explícito de se dar Santa Ceia às mulheres?! Contudo dão – nós também!

O batismo infantil na história:

  • As seguintes passagens mostram que sempre foi costume da igreja cristã batizar crianças: At 10.44-48; 16.15, 32; 18.8 e 1Co 1.16. Sabemos que os judeus, a exemplo dos japoneses, sempre tinham a casa cheia de filhos, pois tinham-nos como uma bênção de Deus. Será que não haviam crianças nestas casas?!
  • A igreja cristã sempre batizou crianças, desde os tempos apostólicos. A confusão começou no século XVI com o surgimento dos anabatistas que começaram a se opor ao batismo de crianças afirmando que elas não podiam crer e que não tinham necessidade de serem regeneradas visto não terem pecado, o que é uma grande mentira!
  • As seguintes afirmações de grandes autoridades bíblicas provam o que dissemos: Que a igreja sempre batizou crianças:
  • Irineu, nascido em 97 d.C., discípulo de Policarpo (convertido pelo apóstolo João), escreve: "A igreja aprendeu dos apóstolos a ministrar o batismo às crianças". Irineu: Contra as Heresias, vol. 2.
  • Justino Mártir, que chegou a ver o apóstolo João, escreve: "Cristãos de ambos os sexos, alguns de 60, outros de 70 anos de idade se tornaram discípulos pelo batismo desde a infância". Justino: Apologia, vol. 1.
  • Orígenes, que viveu 85 anos depois da morte do apóstolo João, escreve: "Visto que o batismo é para perdão dos pecados, as crianças também são batizadas de acordo com o costume da igreja". Wal, vol. 1, p. 104.
  • Hermas, mencionado por Paulo em Rm 16.14, fala de crianças que receberam o selo do batismo, nestas palavras: "Ora, esse selo é a água do batismo".
  • Clemente, mencionado em Fl 4.3, aconselha aos pais: "Batizai vossos filhos e criai os na disciplina e correção do Senhor".
  • Agostinho diz: "Desde a antigüidade a igreja tem observado o batismo infantil".
  • A primeira versão do NT, denominada Peshita Siríaca, publicada logo após a era apostólica, traduz At 16.15 da seguinte maneira: "Ela (Lídia) foi batizada e as crianças da sua casa".
  • Pelágio, contemporâneo de Agostinho, um grande conhecedor da era apostólica, escreve: "Difamam-se como se eu negasse o sacramento do batismo às crianças. Jamais ouvi dizer, nem mesmo de um herético ímpio, que crianças não devem ser batizadas. Pois não há ninguém tão ignorante do escrito evangélico a ponto de ter essa opinião".

Conclusão:

Pelo que se viu está claro de que o batismo infantil é bíblico, salutar e necessário. Façamos apenas, para terminar, um raciocínio lógico que vai dar o que pensar aos que negam o batismo às crianças:

Suponhamos que o batismo infantil estivesse errado (e vimos que não é): Não estaríamos correndo nenhum risco, pois, embora o batismo seja imprescindível às crianças para a salvação não o é para o adulto, visto que neste a fé pode ser operada através da Palavra – desde que não haja desprezo para com o batismo – e batizando crianças estamos lhe dando o devido valor.

Suponhamos agora que é bíblico, necessário e indispensável batizar crianças (como de fato o é); que risco não estão correndo os que negam o batismo aos filhos?! Morrendo sem o batismo estão voluntariamente permitindo a condenação dos seus filhos ao inferno!.. Isso tudo, só por causa de sua negligência ou irresponsabilidade, ignorância e cabeçudice.

Prezados pais, não deixem que ninguém lhes encha a cabeça dizendo que não se deve batizar crianças, colocando assim em risco a salvação dos seus filhos. Mas tragam-nos o quanto antes ao batismo, em obediência à ordem de Cristo (Mt 28.19; Mt 19.14), para que recebam logo o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tt 3.5).

Pastor Lindolfo Pieper.

1 Tessalonicenses 3.91-13 - Que cresça o amor


"Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros". (1Tessalonicenses 3.12)
Introdução
Hoje estamos iniciando um novo ano no calendário da Igreja. Advento. Agora nos preparamos para a vinda de Cristo Jesus. No natal iremos nos lembrar da primeira vinda de Jesus, quando nasceu em humildade. No entanto, nós cristãos do século XXI, estamos nos preparando para a segunda vinda de Cristo, quando Ele virá para julgar vivos e mortos.

Enquanto aguardamos é importante viver nossa vida cristã. Iniciada pela fé criada em nosso coração por ocasião do batismo e alimentada por toda a vida pela Palavra e Santa Ceia. Quando pelo Espírito Santo a fé é operada em nosso coração recebemos perdão e também a santidade, uma nova vida.

E nessa nova vida há virtudes cristãs que precisamos nos empenhar por preservar. Uma delas é a comunhão entre todos os irmãos. E claro que para alcançarmos também essa unidade cada vez maior é importantíssimo fazermos o que Paulo fez em favor dos Tessalonicenses: orar. E sua oração são as belas palavras do v. 12, "Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros".

Desenvolvimento

Segundo o livro de Atos no cap. 17.2, vemos que o apóstolo Paulo por 3 semanas fez um trabalho de evangelismo na cidade de Tessalônica. Essa cidade era muito importante naquela época. Ali havia um porto que servia de rota para o tráfego comercial entre Roma e o Oriente, a Ásia Menor.

Nessa importante cidade, Paulo se ocupou em levar a mais importante mensagem. Diante da pregação do evangelho, o Dr. Lucas no livro de Atos relata que muitos chegaram a fé. Diante da pregação do evangelho houve resultados positivos, mas também houve aqueles que não receberam bem o evangelho, sendo assim, a inveja de alguns judeus obrigou o apostolo Paulo a ter que se retirar da cidade escondido.

Dias depois, Paulo da cidade de Atenas envia o jovem Timóteo para averiguar como estava a igreja recém formada em Tessalônica. Timóteo viu de perto a fé sincera dos tessalonicenses e a sua resposta verdadeira ao amor de Deus, pois se mantinham firmes e inabaláveis na vida cristã.

Após a visita Timóteo se dirige a Corinto, onde estava o apóstolo Paulo e relata as boas noticias dos cristãos e da igreja de Tessalônica. A fidelidade dos tessalonicenses era exemplo para todos os cristãos da Macedônia.

De Corinto Paulo escreve aos Tessalonicenses, onde agradece a Deus pela fidelidade de cada cristão e também para instrução sobre alguns assuntos, principalmente sobre a segunda vinda de Cristo.
Apesar de boas noticias cada membro daquela igreja, como da nossa ainda hoje, era composta por pecadores. E o diabo inimigo dos cristãos estava ao redor procurando pessoas e até mesmo a igreja para devorar. Por isso Paulo diz no v. 10 "dia e noite pedimos a ele (Deus) de todo o coração que nos deixe ir vê-los pessoalmente para podermos completar o que ainda falta na fé que vocês têm".

Completar o que ainda falta na fé - Paulo não se refere à fé que salva, mas sim a santificação. A prática da fé salvadora. E para que essa prática aumente cada vez mais, Paulo ora: "Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros". Um dos ataques do inimigo era a falta de amor de uns para com os outros.

Por isso a oração de Paulo é tão importante, pois se existem falhas, no amor fraternal é que irá se superar as dificuldades. A igreja merecia os elogios de Timóteo e o agradecimento do apóstolo Paulo, tanto que ele diz: "Finalmente, irmãos, vocês aprenderam de nós como devem viver para agradar a Deus; e é assim mesmo que vocês têm vivido. E agora pedimos e aconselhamos, em nome do Senhor Jesus, que façam ainda mais" (1Ts 4.1). Devido à natureza pecaminosa Paulo os aconselhou para que o amor aumente ainda mais e além do conselho orou por esse crescimento do amor de uns para com os outros. Falando em oração: em favor de quê nós estamos orando? Paulo pediu para que o amor entre os Tessalonicenses aumentasse cada vez mais. Entre nós existe amor fraternal? Como pastor, respondo que sim. Mas precisamos orar como Paulo pedindo que esse amor cresça cada vez mais, que nos respeitemos cada vez mais, e que possamos agir assim como disse Paulo a Filemon: "...é um querido irmão em Cristo" (Fm 16). Receber e tratar a todos como queridos irmãos em Cristo. Somos santos e santificados, e precisamos lutar para que essa santificação cresça a cada novo dia.

Que possamos como santos e santificados crescer no amor fraternal.

Qual é a importância do amor fraternal em nossas relações? No amor se entende o irmão fraco na fé; se perdoa o que erra; socorre nas dúvidas; se ajuda um ao outro, como disse o próprio Paulo aos Gálatas: "...que o amor faça com que vocês sirvam uns aos outros" (Gl 5.13b), e ainda aos Romanos: "Não fiquem devendo nada a ninguém. A única divida que vocês devem ter é a de amar uns aos outros...." (Rm 13.8a). E se minha dívida é amar o outro, paguemos essa dívida com amor. E amando continuaremos devendo, assim continuemos amando.

Uma oração - "Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros".

Sim! O amor de Cristo manifestado a nós é que nos motiva e leva a agir em favor do nosso irmão. Paulo disse aos Romanos: "Mas Deus nos mostrou o quanto nos ama: Cristo morreu por nós quando ainda vivíamos no pecado. E, agora que fomos aceitos por Deus por meio da morte de Cristo na cruz, é mais certo ainda que ficaremos livres, por meio dele, do castigo de Deus. nós éramos inimigos de Deus, mas ele nos tornou seus amigos por meio da morte de seu Filho. E, agora que somos amigos de Deus, é mais certo ainda que seremos salvos pela vida de Cristo. E não somente isso, mas também nós nos alegraremos por causa daquilo que Deus fez por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, que agora nos tornou amigos de Deus" (Rm 5.8-11), e por isso segue Pedro: "Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes" (1Pe 3.8). E se afirmamos, confessamos e entendemos que somos filhos de Deus através da boa obra que o Espírito Santo operou em nosso coração, a fé, ouçamos o apostolo João que diz: "Queridos amigos, amemos uns aos outros porque o amor vem de Deus. Quem ama é filho de Deus e conhece a Deus" (1Jo 4.7). Sendo assim Paulo recomenda: "Amem uns aos outros com o amor de irmãos em Cristo e se esforcem para tratar uns aos outros com respeito" (Rm 12.10).

"Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros".

Que o amor que está em nós, fruto do Espírito Santo em nossa vida se manifeste em alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade, domínio próprio. Que a cada novo dia possamos orar assim como Paulo orou: "Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros". E que vivamos no exercício desse amor até o dia em que Cristo venha. Amém!

Conclusão

Vamos então orar em conjunto assim como Paulo orou: (Pedir que repitam) "Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros". Que o amor cresça continuamente entre nós e que oremos todos os dias para que esse amor de fato cresça. Amém!

Pastor Edson Ronaldo Tressmann - Alto Alegre dos Parecis - RO

É tempo de não esquecer

Histórias de pais que esquecem filhos dentro do carro já viraram rotina. Agora foi na cidade de São Paulo. No último dia 18 de novembro uma menina de cinco meses morreu depois de permanecer cinco horas dentro de um veículo estacionado no sol. A mãe contou na delegacia que normalmente deixava a criança numa creche e depois seguia para a escola onde largava a outra filha de 6 anos. No dia da tragédia, ela inverteu a rotina e deixou a mais velha antes, e por isso não lembrou que a outra ainda permanecia no carro. A mãe de 40 anos, gerente financeira de uma empresa, só se deu conta quando deixou o trabalho e foi para o carro. Os vidros do veículo eram escuros e ninguém na rua movimentada enxergou o bebê que agonizava.

A Bíblia pergunta: "Será que uma mãe pode esquecer o seu bebê? (...) Mesmo que isso acontecesse, eu nunca esqueceria vocês" (Isaías 49.15). Pois este "será" não é mais uma possibilidade. Este "será" já é. Vivemos o tempo do relógio sem ponteiros, que não faz barulho e assim não avisa que os dias são iguais, com a mesma duração de antigamente. Queremos tudo em pouco tempo e não conseguimos nada. E assim – neste silêncio digital, moderno, de vida corrida e barulhenta, contraditória, de pais que esquecem filhos porque precisam trabalhar para sustentá-los – perdemos o que é mais precioso. Pois ainda há chance para acordar, sair do pesadelo, levantar. E refletir sobre as conseqüências deste jeito louco de viver.

No próximo domingo entra o Advento, dias que preparam para o Natal. Deveria ser um período mais tranqüilo, no entanto, é a época mais conturbada do ano. E quando chega o Natal, lá está o bebê na manjedoura, esquecido no meio de gente apressada nas calçadas de vitrines decoradas,  escondido atrás de "vidros escuros" dos enfeites natalinos, do papai-noel, das compras e das festas. E ele morre, pois "as preocupações deste mundo sufocam a mensagem" (Mateus 13.22).

Mas a gente só esquece o que tem. Uma mulher não pode esquecer um bebê que não tem. Se hoje deixamos Deus de lado, é porque nós temos um Deus. "Eles se esqueceram de Deus, o seu Salvador" (Salmo 106.21), diz a Bíblia sobre um povo que tinha tempo e tinha salvação. E mesmo quando somos tentados a acreditar que Ele se esqueceu de nós, ou de pensar que a história do Natal é uma fábula, que a Salvação depende do esforço de cada um, mesmo assim, Ele permanece lá em cima e continua aqui em baixo. E quando esquecemos os filhos –  e os "matamos" com coisas que os sufocam e que lhes negam a respiração da alma – a promessa fica: "Eu nunca esquecerei vocês". É o Salvador do Advento. É o tempo que ainda corre. É a chance de lembrar, a hora de não esquecer.

Pastor Marcos Schmidt - Novo Hamburgo, RS

Filipenses 2.2 - Tenham o mesmo amor

Nesta hora festiva, onde nos reunimos na casa de Deus, para compartilhar com vocês, com vossos queridos pais, parentes e amigos o júbilo e a alegria deste acontecimento, dia em que se concretiza o vosso tão almejado sonho - o vosso casamento.
Prezados noivos, vocês estão diante do altar do Senhor, onde, publicamente, querem dar o sim para a vida conjugal e pedir as bênçãos e proteção de Deus no caminho em que daqui para frente querem trilhar lado a lado pelo resto de vossos dias.
O que é o casamento, ou matrimônio?
É a realidade central da vida humana.
É o abraço onde homem e mulher se completam.
É a fonte maravilhosa de amor da qual Deus quis que surgissem as novas vidas.
O nosso mundo tende a considerar o casamento como um contrato, um acordo, um pedaço de papel, que quando a gente não quer mais, rasga pelo meio e joga no lixo.
A realidade do casamento é imensamente mais profunda.
Homem e mulher foram plasmados pelas mãos de Deus UM PARA O OUTRO.
Não é de papel ou no papel a sua união. É de carne e de sangue e de alma.
O Lar era considerado pelos antigos o local onde se mantinha aceso o fogo.
Lar para nós é o símbolo de tudo aquilo que o nosso coração deseja: união, intimidade, força, motivo de viver. A chama que une, aquece e inflama.
Vocês não são do mundo e por isso, certamente é desejo de vocês levar esta promessa que hoje farão, pelo resto das vossas vidas.
O texto que foi escolhido por vocês para estar no convite e também para orientá-los em suas vidas não fala especificamente de casamento, fala da comunidade cristã, que precisa estar unida para prevalecer em tempos de dificuldades. Porém, aqui, o Senhor através do apóstolo Paulo nos mostra como viver também no casamento de forma que ele dure até que a morte nos separe.
O apóstolo Paulo pede para os cristãos de Filipos completarem a sua alegria. Paulo já estava muito feliz pelo que havia ouvido deles, mas pede que eles completem a alegria dele procedendo de forma agradável ao Senhor, vivendo em união. Para manter esta união ele ensina algumas ações muito importantes:
- Pensem a mesma coisa. De agora em diante vocês serão uma só carne, deverão trilhar um caminho juntos até o fim da vida de vocês. Vocês precisam ter o mesmo pensamento: em relação a que? O primeiro pensamento de vocês é querer estar juntos até o fim da vida. Lutar pela união. Aí então também viver um pela felicidade do outro. Deixar de lado o egoísmo, o olhar para o próprio umbigo, mas olhar para o outro e pensar na felicidade do outro. Se o mundo não faz o seu companheiro ou companheira feliz, você precisa fazer. Você precisa fazer a vida dele ou dela fazer sentido. Claro que não podemos em todos os momentos pensar as mesmas coisas, pois cada um tem sua individualidade. No casamento as pessoas não precisam se anular. O casamento não é para se aproveitar dele ou dele, mas para que se ajudem um outro a se realizar como mulher e homem completos. Porém a individualidade não pode servir de meio para brigas. Por isso também ouçam o conselho de Paulo: Pensem a mesma coisa. Paulo continua…
Tenham o mesmo amor. Que amor é esse? O amor que Cristo tem pela sua Igreja. Na carta de Paulo aos Efésios ele compara o relacionamento de marido e mulher com o relacionamento de Cristo com a Igreja. Cristo amou tanto que deu sua vida pela Igreja. Também a igreja em resposta a este amor se submete a Cristo em amor.
Claro que nem sempre é primavera. O amor vai perdendo as flores, não para acabar como pensam aqueles que confundem o amor com flores, mas para enraizar-se cada vez mais fundo e produzir sempre mais e mais frutos.
Amar alguém é se responsabilizar por ele e você por ela. É tomar suas dores. É sofrer juntos. É realmente se entregar completamente a um sentimento puro e duradouro, para sempre.
No entanto, por mais belas palavras e sentimentos, onde não houver responsabilidade, onde não houver entrega total, dedicação, tampouco também haverá amor.
Somos perfeitos? Não. Por vezes pecamos, não temos paciência, não buscamos a felicidade do outro. Somos egoístas. E certamente isto acontecerá com vocês, no vosso casamento. Como vencer o egoísmo. Olha pra Cristo, lembra-te dele e do amor que ele demonstrou. Este amor incondicional precisa ser vivenciado por vocês. O diabo vai sempre estar tentando para não permanecerem juntos, por isso resistam firmes no exemplo do amor de Cristo também perdoando as faltas um do outro. Quem ama perdoa a partir do arrependimento.
O texto termina assim: sejam unidos de alma, tendo o mesmo sentimento.
No grego original o termo unidos de alma, subentende Pleno Acordo, quanto aos propósitos, às intenções, às ações, como se uma única alma vivesse em vocês. Tal palavra era usada a fim de indicar atitudes harmoniosas, que se manifestam em forma de ações que importam em cooperação de todo o coração, de boa vontade.
Como podemos viver em harmonia absoluta, ou em Pleno Acordo. Vocês conseguirão? Sim. Com a ajuda do Espírito Santo. Somente o Espírito Santo pode operar tal entre os homens, os quais, naturalmente, são egoístas e facciosos, portanto tudo ocorre somente através do nosso desenvolvimento espiritual.
Só estando em Cristo é que conseguiremos agir desta maneira, pois Cristo muda o nosso viver; o nosso jeito de ser. Ele muda a nossa mente; o nosso ser!
Cada dia precisamos aprender mais, precisamos investir em nosso relacionamento. O Senhor nos convida a vir a sua casa para continuar nos animando para não desistirmos de nosso cônjuge. Dediquem tempo a aprender o que o outro gosta, para poderem ser felizes, sempre crescendo em amor e fidelidade um ao outro. Problemas virão, mas confiem em Cristo e espelhem-se nele que tudo será resolvido. Acima de tudo, vivam as palavras do texto de vocês: Completem a alegria de Deus de forma que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento e Deus os abençoe. Amém.
Oração:
Bondoso Deus e amado Pai. Enquanto o mundo acha o casamento e a família uma instituição falida, nós que somos teus filhos não pensamos desta maneira. Estes jovens que estão diante do teu altar vêm pedir tua benção e proteção nesta nova etapa da vida que querem trilhar juntos. Bondoso Deus abençoe-os para que o diabo não tenha poderes sobre eles. Não permita que eles se afastem de ti e da tua palavra. Mantêm eles firmes, Senhor e os ajude. Usa-nos também como teus instrumentos para ajudar e aconselhar estes teus filhos para não desistirem. Fica com cada casal que se encontra hoje nesta tua casa e os ajude a permanecerem firmes e fiéis por toda a vida, até que a morte um dia nos venha separar. Em nome de Jesus. Amém.

Você conhece o autor desta mensagem? Informe-nos pelo email reveder@gmail.com, para que possamos dar os devidos créditos.

Lucas 21.2536 - É preciso vigiar

No capítulo 21, Jesus fala de dois acontecimentos: A destruição de Jerusalém, que aconteceu no ano 70 a.D, e da sua segunda vinda no dia do juízo final.

Em nosso texto, Jesus fala de alguns sinais que darão início ao grande dia do juízo. Que sinais seriam esses? São sinais incomuns que nunca aconteceram no sol, na lua e nas estrelas. Esses sinais não são aqueles regulares, que de tempos em tempos acontecem, mas são sinais que vão levar as pessoas a desmaiar de terror e de medo. Jesus também aponta para o bramido do mar e das ondas que causará espanto entre as nações. Sem dúvida, aqui poderíamos falar dos maremotos, das tsunamis, que levam as pessoas a sentir muito medo e terror.

O aparecimento desses sinais será tão terrível que os corações dos homens ficarão apavorados, pois os próprios poderes dos céus, que sustentam todo o universo, serão abalados. E então, em meio a estes acontecimentos, todas as pessoas verão o Filho do Homem, o grande Juiz da terra, vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Então, o salvador Jesus, tão desprezado e rejeitado, no seu tempo e ainda hoje, será despido de todas as amostras da antiga humilhação, e todas as pessoas se verão forçadas a reconhecê-lo como o Senhor de todos. Esses sinais, que serão para os descrentes, motivo de medo e pavor, para nós cristãos, serão motivo de júbilo e de alegria, porque a nossa salvação se aproxima.

Na seqüência, o salvador Jesus conta a parábola da figueira, com o objetivo de exortar os seus ouvintes à vigilância. Quando a figueira começava a brotar, todos sabiam que o verão estava se aproximando. Assim também, quando começarem a acontecer esses sinais, todos deveriam estar conscientes de que o fim estava próximo.

Jesus termina esse texto, alertando a respeito do perigo da pessoa viver sobrecarregada por causa da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo. Por que Jesus faz este alerta? Porque uma pessoa que vive assim, pode ser apanhada de surpresa, como um pássaro é apanhado pela armadilha. Por isso, Jesus diz: "Vigiai em todo o tempo para que possais escapar de todas estas coisas e estar de pé na presença do Filho do Homem". Por isso, baseados nesse texto, queremos meditar sobre o tema: É preciso vigiar.

O que é vigiar? Por que Jesus nos orienta a vigiar nos tempos do fim? Vigiar é estar alerta, atento as orientações que Jesus nos dá na sua palavra, esperar o dia do juízo final de maneira preparada, certos de que esse dia chegará, apesar de nós não sabermos o dia e que ele será definitivo e inadiável.

Estamos nós vigiando, ou será que estamos despreocupados em relação às coisas do fim? Quando nós vivemos despreocupados em relação às coisas do fim? Quando não confiamos na palavra de Deus, e por não confiar na palavra de Deus, não levamos a sério as suas orientações. Por isso, se esta for a nossa situação, quando essas coisas começarem a acontecer, nosso coração desmaiará de pavor e medo.

Estamos nós vigiando, ou será que estamos despreocupados em relação às coisas do fim? Nós não estamos vigiando quando não confiamos que vai haver um fim, quando não confiamos que Jesus vai voltar para julgar os vivos e os mortos com justiça. Qual a conseqüência dessa atitude? Um relaxamento geral na vida cristã.

Como se percebe esse relaxamento, essa falta de seriedade e vigilância na nossa vida? Isso se percebe claramente quando a palavra de Deus não é a prioridade na nossa vida, quando não valorizamos os sacramentos. Pelo fato de não valorizarmos a palavra e os sacramentos, há pouco compromisso e envolvimento de nossa parte no trabalho da Igreja. Na verdade nós nos envolvemos numa série de atividades, mas o reino de Deus é colocado de lado. É exatamente aí que aparecem sempre as desculpas de que não temos tempo, que estamos muito ocupados, que estamos cansados.

Quando nós não fazemos uso da palavra e dos sacramentos, quando não os valorizamos e, em conseqüência, deixamos de nos envolver nos trabalhos da Igreja, somos uma presa fácil para as tentações do diabo, do mundo e da nossa própria carne. Jesus cita três pecados que querem nos dominar e contra os quais precisamos lutar: A embriaguez, a orgia e as preocupações deste mundo.

Quando a pessoa vive embriagada, ela perde o equilíbrio da sua vida e faz coisas prejudiciais, não só para si, mas também para as pessoas a sua volta.

Quando a pessoa vive na imoralidade, ela peca contra o seu próprio corpo e peca contra a vontade de Deus, pois ele quer que fujamos da imoralidade.

Quando a pessoa vive dominada pelas preocupações deste mundo, ela definitivamente deixa de buscar em primeiro lugar o reino de Deus para se ocupar com as coisas do aqui e do agora. Para a vida dessa pessoa, as orientações da palavra de Deus não são importantes. Importante é desfrutar os prazeres pecaminosos deste mundo. Jesus diz que quem vive assim corre o risco de ser apanhado de surpresa e, em conseqüência do seu afastamento de Deus e da sua vida ímpia, sofrerá o castigo eterno.

É preciso vigiar. O salvador Jesus dá essa orientação porque ele quer o nosso bem, aqui e na eternidade. Ao dar-nos essa orientação, ele manifesta o grande amor que tem por nós. Amor que ele manifestou de um modo muito especial, ao entregar-se em sacrifício, sofrendo, morrendo e ressuscitando para nos trazer para um novo relacionamento com Deus, nos dar a certeza do perdão de todos os nossos pecados, uma vida feliz aqui neste mundo e a certeza da vida eterna no céu.

Por causa deste seu grande amor, ele nos deixou meios pelos quais trata conosco: A palavra, o batismo e a santa ceia. Por esses meios ele nos conforta, consola, dá forças e motiva para que levemos a sério as orientações que nos dá, especialmente em relação a necessidade de vigiar, de estar preparados para a sua vinda no dia do juízo final. Para isso, é importante que aproveitemos as oportunidades de ler, ouvir, meditar e estudar a palavra de Deus, de relembrar e atualizar o nosso batismo e de participar sempre da santa ceia. Dessa vida de apego ao evangelho, brotará uma vida de oração diária e contínua, "para que possamos escapar de tudo o que vai acontecer e podermos estar de pé na presença do Filho do Homem".

É preciso vigiar. O mesmo Jesus que nos ama e exorta a vigilância, também nos capacita para termos uma vida cristã produtiva, comprometida com o seu reino. Deus, em sua graça, nos deu uma igreja recheada de dons. Para que a igreja atinja os seus objetivos de fazer discípulos, de pregar o evangelho a toda a criatura, de ser testemunha até os confins da terra, ele nos dá forças para que cada um se coloque como um servo, que procura servi-lo dentro dos dons que lhe foram concedidos.

É preciso vigiar. O mesmo Jesus que nos exorta a vigilância, também nos fortalece a fé para que tenhamos condições de lutar contra as tentações do diabo, do mundo e da nossa carne, não entregando o nosso corpo a embriaguez e as orgias e nem nos deixando dominar pelas preocupações deste mundo, mas buscando em primeiro lugar o reino de Deus, a sua palavra, com a qual teremos forças para resistir às tentações e aguardar a volta de Jesus de cabeça erguida, pois a nossa salvação se aproxima. Que Deus, em sua graça, nos ajude. Amém!

Outros Textos Bíblicos Relacionados: Sl 25.1-10; Jr 33.14-16; 1 Ts 3.9-13; Lc 21.25-36

Pastor Nivaldo Schneider

ACOMPANHADOS POR DEUS OFERTAMOS COM GRATIDÃO!

I) O que é oferta?
1) É a expressão de nosso Reconhecimento e gratidão por tudo o que Deus fez e faz por nós.
2) É uma maneira de expressar confiança em Deus e em sua providência.
3) A oferta cristã é parte do Culto e da vida do cristão.

II) COMO  OFERTAR? (A maneira como ofertamos)
1) De todo o coração;
2) Com liberalidade ( eu oferto como uma pessoa que é livre!);
3) Não oferto por necessidade > barganha com Deus;  Nem pela obrigação da lei. Pois esta nada pode me dar em troca.
4) Espontaneamente, pois sou motivado pela graça de Deus em Cristo que tudo fez e faz por mim;
5) Oferto com alegria e gratidão em meu coração;

III) POR QUE  O  CRISTÃO  OFERTA? (A razão da minha oferta)
1) Deus é o Todo-Poderoso Criador;  1.º Artigo do Credo Apostólico;
2) Jesus é o Amado Salvador: 2.º Artigo do Credo Apostólico;
3) O ES é o meu Guia e Consolador: 3.º Artigo do Credo Apostólico;
4) Por que sou filho amado do querido  Pai do céu, que em Cristo Jesus me Salvou dos pecados e da morte eterna.  E no poder do ES ele me mantém nesta fé, pela Palavra e os Santos Sacramentos.  Sou grato a ele, e expresso esta gratidão de muitas maneiras. Também pela oferta em espécie.

IV) PARA  QUE  OFERTAR? (A finalidade da minha oferta)
1) Para expressar minha alegria e gratidão a Deus.
2) Para evangelizar as pessoas: Sl 67.1-2: "Seja Deus gracioso para conosco e nos abençoe e faça resplandecer sobre nós, o seu rosto; para que se conheça na terra o teu caminho e, em todas as nações a tua salvação".
3) Para possibilitar a realização do culto coorporativo (ou Público) da Congregação.
4) Para o sustento dos pastores, diáconos, professores e missionários.
5) Para a Expansão Missionária.
6) Ajudar os pobres e necessitados.  Dt 15.11;
7) Outras oportunidades ou finalidades:  > Orfanatos;  > Sociedade Bíblica do Brasil;  > CPTN; Projeto Timóteo;  Seminário da Igreja, ....

V)  O QUE OFERTAR?
1) A vida toda como um Culto agradável a Deus.  Rm 12. 1 – 2;
2)  Tempo e Talentos;
3) Dinheiro e outros bens com os quais Deus tem me abençoado a mim, minha família ou empresa.
4) O fruto do nosso trabalho braçal:  > Trabalhos manuais;
5) Mão de obra: Mutirão e ajuda à Congregação e a irmãos na fé;

VI)  QUEM OFERTA?
1) Todos os que receberam dinheiro e outros bens:  1 Cro. 29.14 Davi confessa "Por que, quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Por que tudo vem ti, e das tuas mãos to damos".
2) Todos os filhos de Deus têm o privilégio de ofertar:
=> Chefes de família;
=> Donas de casa;
=> Adolescentes;
=> Pastores;
=> Crianças;
=> Jovens;
=> Viúvos;
=> Aposentados;
3) A família cristã decide, dentro da liberdade e da responsabilidade cristã, como e quanto ela vai ofertar.  Lembrando estas coisas:
3.1) Dt 16.16:  "... porém, não aparecerá de mãos vazias perante o Senhor".  Seria um mau testemunho e até vergonhoso, chegar diante do Senhor de mãos vazias. Como esconder o que Deus me concedeu?
3.2) Ml 3. 10 – 12: "Para que houvesse mantimento na casa do Senhor (Trabalho da Igreja, e testemunho visível da Bênção de Senhor > com Gratidão...)

VII) EU POSSO OFERTAR?  SIM!!!
1) Por que o amor de Deus em Cristo nos estimula:  2 Co 5.14:
2) Por que somos do Senhor!  2 Co 8.5:   Somo chamados para dentro de sua Igreja;
3) Por que Deus é dono de nossas vidas e de tudo o que ele nos confiou;
4) Por que Deus nos motiva com o seu amor. Nos estimula com suas promessas e nos orienta com sua Palavra.
5) Por que os filhos de Deus respondem ao amor de Deus também com as ofertas;
6) Por que os filhos de Deus vão participar ativamente do trabalho na Igreja de Cristo, especialmente na IELB.
7) Por que, como cristão que sou, vou viver como testemunha de Cristo sempre, tanto dentro da Igreja, como na vida diária.

VIII) QUANDO  OFERTAR?
1) Sempre que se completar sua "boa jornada".  Quando receber seu salário; [ => Quando recebeu o frete;  => Fez o serviço; => Quando vendeu um produto ou um bem;]
=> Com regularidade:  Não lá de vez enquando;
=> Com generosidade: Pensando sempre no melhor e o mais que puder fazer. Sabendo que isto ainda fica muito aquém da resposta  ao perfeito amor de Deus por mim em seu Filho, Jesus Cristo.
2) Quando seu coração lhe mandar/ pedir:   2 Co 9.7: "Cada um contribua segundo o que tiver proposto no seu coração; não com tristeza ou por necessidade, por que Deus ama a quem dá com alegria".
3) Em ocasiões especiais:
3.1) Momentos Festivos (Festa da Colheita; Aniversário; Recuperação de saúde)
3.2) Projetos Especiais:  {Construção de casas; Construção de Templo; Aquisição de Equipamentos para a Igreja ....}

IX) QUANTO  OFERTAR?
1) na proporção (Ou Medida):
1.1) Da força que a Graça de Deus produz em mim: os bens espirituais que recebi e compreendi sua vontade;
1.2) Das bênçãos que Deus lhe conceder:  bens matérias;
2) Qual o percentual?
2.1) O cristão decide diante de Deus, considerando suas responsabilidades (como Administrador): no lar; Na Igreja e na sociedade;
2.2) Uma referência Bíblica do AT: 10%
    Uma referência do NT:  Não as sobras, mas tudo que puder (a viúva pobre);
2.3) Exemplos do NT:
a) "De acordo com o que cada um conseguir..."  1 Co 16.2;
b) "... com grande generosidade – voluntariamente.." 2 Co 8.2;
c) "Fizeram tudo o que podiam e até mais ainda".  2 Co 8.3  =>  Foram além!!!!
3) Eu posso decidir, junto com a minha família, qual o percentual vou ofertar neste ano>  5%;   8%;  10%;   15%;   20% .... { Exemplo: para quem recebe um valor de R$ 400,00: ..............................

X)CONCLUSÃO
1)  A oferta é resposta ao amor de Deus por mim.  Quando compreendo, eu oferto!
2) Voluntariamente eu oferto ao SENHOR  e DEUS.  É uma decisão pessoal de cada cristão, orientado pela Palavra de Deus.
3)  Dt 16.17:  " Cada um oferecerá na proporção em que possa dar, segundo a bênção que o Senhor, seu Deus, lhe houver concedido".  Ofertar de acordo com as bênçãos que deus nos deu.
4) 2 Co 8.12: "Por que se há boa vontade, será aceita conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem".  Duas coisas importantes: 1) Querer fazer mais do que eu posso, é impossível para mim.  2) Não ofertar o que eu posso, ou por causa de dureza de coração, reter a minha oferta, é pecado.
5) Cl 3. 23-24; 17:  Quando fazemos as coisas com o coração perdoado e confiante em Cristo Jesus,  as coisas acontecem naturalmente.  É bom.  Traz paz e alegra a alma.


Pastor Ricardo Voss - Baixo Guandu - ES

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Uma pergunta que deixou de ser feita ( sermão)

Texto Base: Gênesis 2. 18 – 25 e Marcos 10. 2 – 16

Introdução
Alguém de vocês tem algum problema de saúde? Qual? Alguns casos semelhantes, outros diferente.

Casos semelhantes. Há uma semelhança num mesmo problema: Pecado. Todos nós temos esse mesmo problema no coração. Pois Jesus disse: "Porque é do coração que vêm os maus pensamentos, os crimes de morte, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, as mentiras e as calúnias" (MT 15.19).

Do coração nascem todos os tipos de males – aliás, vale lembrar que Deus dá ao povo de Israel dois mandamentos que alertam sobre a cobiça. A cobiça nasce no coração, e desse desejo do coração parte para a ação e assim se causa muitos problemas. Por isso Tiago adverte: "Mas as pessoas são tentadas quando são atraídas e enganadas pelos seus próprios maus desejos. Então esses desejos fazem com que o pecado nasça, e o pecado, quando já está maduro, produz a morte" (Tg 1.14-15).

Estamos diante de uma triste constatação: todos nós estamos doentes do coração. Como disse Jesus: "...por causa da dureza do coração de vocês" (Mc 10.5). Por causa da dureza do nosso cora ção uma pergunta deixou de ser feita.

Uma pergunta que deixou de ser feita.

Jesus em sua missão neste mundo sempre foi questionado. E muitos dos questionamentos feitos a Jesus não tinham a intenção de aprendizagem, mas sim, como diz o próprio evangelista Marcos: "...conseguir uma prova contra ele,..." (Mc 10.2). Tendo esse objetivo em mente, só isso já mostra o grave problema no coração humano. Mas, a pergunta feita com um objetivo errado teve uma grande resposta. A pergunta feita foi: "De acordo com a nossa lei, um homem pode mandar a sua esposa embora?" (Mc 10.2b).

Mandar a sua esposa embora – em outras palavras. Pode separar-se por qualquer motivo? Tanto o objetivo da pergunta que era conseguir acusar Jesus de algum erro, bem como a pergunta em si, só revelam o grave problema no coração humano. Jesus responde: "...por causa da dureza do vosso coração".

Devido a dureza do coração humano algumas perguntas deixaram de ser feitas. A que temos em nosso texto é uma das muitas. Um homem pode mandar a sua esposa embora? O que você acha de casa separa? Já pararam para pensar que o divórcio tem sido pouco questionado em nossos dias. Claro, a dureza do coração humano, ou o problema no coração humano está se deixando levar pela sua cobiça, seus desejos desenfreados. Divórcio, normal, não deu certo separa. É como se tudo fosse banal, simples.

Vamos um pouco além e entendamos as palavras de Jesus de outro ângulo. O ângulo que Jesus mesmo aponta: o paraíso. Jesus responde que no começo, na criação, Deus os fez homem e mulher. Vamos relembrar um pouco esse relato, Gn 2.18 – 25 (vamos ler).

Vamos destacar algumas coisas importantes: 1) - não é bom que o homem viva só; 2) – Deus providenciou uma auxiliadora que lhe seja idônea; 3) – formou a mulher da costela do homem; 4) – deixar pai e mãe; 5) – se unir a sua mulher; 6) – tornar-se os dois uma só carne; 7) – não havia vergonha entre eles;

O relato de Gn sobre o casamento realizado por Deus ali no paraíso. Aliás, a única coisa que o homem trouxe do paraíso foi o casamento. O casamento é um pedaço do paraíso deixado ao homem aqui no mundo. E quando o homem pela sua dureza do coração deixa de questionar sobre o divórcio e entra no oba-oba do mundo, esse pedaço do paraíso vem sendo destruído gradativamente.

Uma pergunta que deixou de ser feita em nossos dias. Deixou-se de falar sobre o divórcio.

Lá no paraíso, para onde Jesus aponta, é dito que Deus fez homem e mulher – sexualidade diferente e hormônios diferentes e os uniu. O verbo no hebraico para a palavra UNE/ UNIR/ UNIU é דבק / dabaq– ou seja, grudar, colar. Ex: Vejam aqui. Tenho duas folhas sulfites coladas. Duas folhas que agora são uma. Tentemos descolar essas folhas – elas rasgam.

Por isso diz Jesus em sua resposta aos fariseus: "Portanto, que ninguém separe o que Deus uniu" (Mc 10.9). Homem e mulher foram feitos para estar sempre juntos, permanecer um ao lado do outro, grudados, seguir perto.

Jesus em sua resposta ao apontar para o paraíso, está fazendo que todos os fariseus que além de terem um objetivo errado na pergunta, e até mesmo na sua maneira de viver, pois abandonavam suas mulheres por qualquer motivo, está mostrando que Deus fez homem e mulher para viverem juntos sempre. Mas a dureza do coração, o pecado, essa terrível doença que todos ser humano têm, é que está levando o homem a destruir as relações humanas, e até mesmo a relação matrimonial.

O divórcio em nenhuma circunstância é bom. Pois, olhem para o papel. Apontar o papel que tentamos separar. Vejam, ele ficaram destruídos. Assim é a separação – suas marcas ficam e feridas são abertas, traumas são instaurados em crianças, jovens e adultos.

A dureza do coração está levando os seres humanos a deixarem de fazer perguntas importantes. A dureza do coração está levando o homem a deixar de preservar o pedacinho do paraíso que Deus lhe permite ter aqui nesta vida. O homem por sua dureza de coração está se deixando levar por muitas tentações. Sei que todos nós, dia-a-dia somos tentados, mas o texto de Hebreus nos mostra um precioso auxilio: "E agora Jesus pode ajudar os que são tentados, pois ele mesmo foi tentado e sofreu" (Hb 2.18), segue ainda "O nosso Grande Sacerdote não é como aqueles que não são capazes de compreender as nossas fraquezas. Pelo contrário, temos um Grande Sacerdote que foi tentado do mesmo modo que nós, mas não pecou" (Hb 4.15), e esse Sacerdote, Jesus está do nosso lado, nos apoiando, auxiliando. Ele está presente na vida a dois, ajudando com sua Palavra e Sacramento para que o casal supere também a situação difícil pela qual vem passando, pois "Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação" (Fp 4.13). Por isso, ao sinal de problemas na família, no casamento, a única coisa a não se fazer é abandonar a igreja, a pregação da palavra e o recebimento do corpo e sangue de Cristo.

Só Jesus é que mantêm unidos os casais – só com a força que ele dá se é capaz de superar as desavenças, os desentendimentos, as brigas. O perdão que Cristo adquiriu na cruz é importantíssimo no nosso casamento. Para isso o apostolo Paulo aponta quando escreveu aos Gálatas: "Mas o Espírito de Deus produz o amor..." (Gl 5.22), e desse amor provêm a alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio.

Para o coração humano em sua dureza – Deus dá o seu Espírito Santo. E cada pessoa batizada recebeu esse Espírito, e nesse Espírito a nossa vida precisa ser guiada. Paulo disse aos gálatas: "...deixem que o Espírito de Deus dirija a vida de vocês e não obedeçam aos desejos da carne" (Gl 5.16). Lutar contra o pecado – pois mesmo tendo o Espírito Santo em nós e mesmo como novas criaturas, somos ainda pecadores, Paulo diz isso aos Romanos: "Pois eu sei que aquilo que é bom não vive em mim, isto é, na minha natureza humana. Porque, mesmo tendo dentro de mim a vontade de fazer o bem, eu não consigo fazê-lo. Pois não faço o bem que quero, mas justamente o mal que não quero fazer é que eu faço. Mas, se faço o que não quero, já não sou eu quem faz isso, mas o pecado que vive em mim é que faz. Assim eu sei o que acontece comigo é isto: quando quero fazer o que é bom, só consigo fazer o que é mau" (Rm 7.18-21). E devido a essa natureza pecaminosa precisamos sempre nos arrepender verdadeiramente, nos alimentar na Palavra, no Corpo e Sangue, e pedir que Deus aumente a nossa fé, e que não retires de nós o seu Espírito Santo, pois só em Cristo, olhando firmes para Cristo é que nós podemos continuar nossa vida a dois. Amém!

Conclusão

Uma pergunta que deixou de ser feita.

Pergunta muito séria, mas, quando for feita saibamos nós a resposta. E Deus em Cristo Jesus está e irá manter cada casal unido. E aos casais que estão passando por dificuldades e se estão sendo tentados a se separar saibam que Cristo está lhes oferecendo forças, perdão para que resolvam a questão e que se mantenham unidos, assim como Jesus veio nos unir ao Pai. Amém!

Pr. Edson Ronaldo Tressmann - Alto Alegre Dos Parecis – RO

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Números 11.4-29 - Caminhando, sendo liderados e liderando (sermão)

Introdução
Qual é a importância de um líder? Pergunta importante, pois muitos estão se esquecendo que dentro do plano de Deus em salvar pessoas, o líder local, da comunidade é muito importante. Você sabe que pode exercer alguma função em sua comunidade? Muitos não sabem que podem auxiliar no trabalho da comunidade, ou até são impedidos de fazê-lo. Em que eu poderia auxiliar? Pergunta feita quando alguém se dispõe a ajudar.

Moisés é a figura de muitos líderes da atualidade. Cansado, se sentindo sozinho, abandonado, fraco e a ponto de abandonar sua função de liderança. Vejamos então com base na Palavra de Deus em Números 11, e meditemos no tema: Caminhando, sendo liderados e liderando.

Desenvolvimento

Após anos de escravidão no Egito, Deus resolveu enviar Moisés para libertar o povo. Para ocorrer a libertação a intervenção de Deus por meio de dez pragas, foi imprescindível. Depois da libertação, após 3 meses para ser mais exato, o povo chega no monte Sinai, ali ficaram reunidos e foram instruídos pelo seu líder Moisés que recebia de Deus a instrução de Deus dirigida ao povo. Após 11 meses de acampamento nos pés do monte Sinai, período esse narrado no livro de Êxodo, Levítico e até o cap. 10 de Números, o povo continua sua caminhada que só irão parar na terra prometida. Há pela frente 38 anos de caminhada. E o que será importante nessa caminhada? A liderança e o saber ser liderado.

Em nosso texto de Nm 11, vemos que o povo após três dias de reinicio de caminhada reclama. Qual é o motivo da reclamação? Nm 11.1, 4-6 falta de carne, saudade da comida do tempo da escravidão, estavam se sentindo fraco, reclamavam do maná e da providência de Deus. E qual foi à reação do líder Moisés? Nm 11.11-15, falou aborrecido com Deus, e devido a pressão e até mesmo por ter que fazer tudo sozinho, de certa forma duvidou do auxilio de Deus.

Moisés olhou para si mesmo e questionou a Deus, "onde poderia eu conseguir carne para dar a todo este povo?" (Nm 11.13). Quando o homem, o líder olha para si mesmo, olha para as suas capacidades, ele está começando a naufragar, porque nós somos apenas instrumentos nas mãos de Deus, cabe a nós vasos escolhidos de Deus "entregar tudo nas mãos de Deus" (1Pe 5.7) na certeza de que ele cuida de nós (Sl 23.1) e que nada nos faltará, e nos lembrar da palavra de Deus que nos diz: "...A minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco..." (2Co 12.9).

Durante a nossa caminhada neste mundo, Deus nos lidera, pois Ele é o nosso líder, nos dá líderes para nos conduzir ao prêmio que Ele Cristo já conquistou para nós, e além do mais nos capacita a sermos lideres para podermos capacitados por Deus liderarmos outros.

Moisés diante daquela situação, o povo chorando, reclamando, foi conduzido ao desespero e a dúvida. Diante daquela situação Moisés não via saída. E depois de constatar que ele não era capaz de atender ao pedido do povo, dar carne, ele se reconheceu fraco, e assim abriu seu coração e disse: "Eu sozinho não posso cuidar de todo este povo" (Nm 11.14).

Talvez estejamos nos perguntando: O que Deus fez nessa situação? Nm 11. 16 – 20. Como sempre faz, mostrou a saída, e resolveu a questão. Providenciou líderes e resolveu a situação do povo, providenciou carne.

Somos acompanhados por Deus – "Com a força que Cristo me dá posso enfrentar qualquer situação" (Fp 4.13). A grande verdade, é que eu nunca estou sozinho, Deus está sempre comigo. Deus me farta de bênçãos, como o próprio Jesus disse: "...O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso...Por isso não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações. Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades" (Mt 6.32b,34). Além das bênçãos materiais, e ainda nos abençoa com material humano, desperta e permanece ao lado dos lideres. Dá a cada um o seu Espírito Santo e pelo Espírito capacita lideres, assim como fez em Números 11.

Durante a nossa caminhada rumo ao prêmio sou liderado, sou chamado para liderar, e convidado a aceitar ser liderado. Sou liderado e lidero através da Palavra de Deus que me diz: "Pois a Escritura Sagrada é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver" (2Tm 3.16). Sendo líder e sendo liderado por outro é a Palavra que me guia, me fala, me consola. E a Palavra de Deus, a boca de Deus ao me ensinar à verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver, "...para que o servo de Deus esteja completamente preparado e pronto para fazer todo o tipo de boas ações" (2Tm 3.17). Como líder e até mesmo ao ser liderado, Deus transmite que capacita pela sua Palavra para toda boa ação. E essa ação vai ao encontro do próximo, por isso o apóstolo Pedro escreve: "Sejam bons administradores dos diferentes dons que receberam de Deus. Que cada um use o seu próprio dom para o bem dos outros" (1Pe 4.10). O povo só reclamava, Deus pelo seu Espírito despertou pessoas para auxiliar Moisés, pois de fato "sozinho" ele não conseguiria fazer muita coisa.

O caminhado rumo à pátria celeste esta difícil? Está, pois somos de natureza pecaminosa, e muitas vezes paramos, reclamamos e duvidamos. Vale-nos lembrar as palavras do apóstolo Pedro: "Queridos amigos, lembrem que vocês são estrangeiros de passagem por este mundo...." e sendo estrangeiros, ou seja, vivendo breve tempo neste mundo, pois a nossa pátria está no céu, cabe-nos ouvir o conselho: "Mas, depois de sofrerem por um pouco de tempo, o Deus que tem por nós um amor sem limites e que chamou vocês para tomarem parte na sua eterna glória, por estarem unidos com Cristo, ele mesmo os aperfeiçoará e dará firmeza, força e verdadeira segurança" (1Pe 5.10). Na caminhada, por mais difícil que seja Deus se mostra presente, "pois não dorme nem cochila aquele que te guarda" (Sl 121). Deus mostra que o prêmio foi ele quem nos deu: "....continuo a correr para conquistar o prêmio, pois para isso já fui conquistado por Cristo Jesus" (Fp 3.12b). E ainda nos mostra que na caminhada rumo ao prêmio quem está no controle é Ele mesmo, "Pois sabemos que todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles a quem ele chamou de acordo com o seu plano" (Rm 8.28). Ele atua no mundo pelo seu poder, e também pelos seus líderes, que nada mais são do que representantes dEle aqui no mundo.

Que o nosso caminhar seja firme e inabalável, não por que nós somos os tais, mas por saber e reconhecer que quem está ao nosso lado é Jesus. Ele nos socorre em toda e qualquer situação. E em qualquer situação é dele que vem a força, como diz Paulo: "...pois a nossa capacidade vem de Deus" (2Co 3.5). Do Deus Criador, Salvador e Santificador.

Conclusão

Qual é a importância de um líder? Você sabe que pode exercer alguma função em sua comunidade? Em que eu poderia auxiliar? Caminhando, sendo liderado e liderando. Nessa situação Deus também está presente – desperta líderes e os capacita pelo Espírito Santo através da Palavra. E grande função do líder é socorrer os necessitados. E entre eles, eu estou. Todos estão, pois todos nós carecemos de algo, e principalmente muitos ainda carecem do puro evangelho do qual você já é conhecedor.

Você é líder? Deus está contigo. Não desanime!

Você está sendo liderado? Não desanime, Deus está contigo. E pode contar comigo, pois estou te liderando para que você alcance o prêmio para qual Cristo já te conquistou. Amém!

Pastor Edson Ronaldo Tressmann - Alto Alegre Dos Parecis – RO

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Salmo 46 - A Solidariedade Humana ( sermão)

Estimados em Cristo Jesus, neste dia queremos meditar sobre tema da solidariedade humana. Até porque nós nos encontramos diversas vezes em situações onde precisamos tomar uma postura a fim de fazermos a diferença. A atitude egoísta ou o espírito de mesquinhêz, não contribuem nem para o nosso bem estar e muito menos para o outro. Somos confrontados pelo fato de sermos cristãos não somente pela sociedade que vivemos bem como pela nossa consciência e, acima de tudo, pela nossa formação cristã, ou seja, temos a ciência de que o próprio Deus requer de nós um espírito voluntário e solidário para com o outro.

Perguntaríamos, então, como encarar a solidariedade nos dias de hoje? Exatamente porque vivemos num mundo onde as injustiças sociais têm se alastrado de forma avassaladora, assustadora, colocando em situação de risco pessoas de todas as idades e classe sociais, ora como vítimas, ora como agentes da injustiça. E ninguém pode dizer com segurança que os pobres são injustiçados, que os ricos são vítimas ou outra coisa parecida.

Spurgeon, um grande pregador, dizia que a origem do mal está na sociedade. Basta modificar a sociedade, modifica-se o homem. Jesus já dizia o contrário: "a origem do mal está no coração do homem". Portanto, o caos da sociedade, os problemas sociais existentes, os agentes do mal, das injustiças, etc, somos todos nós. Eu e você, com nossas atitudes temos contribuído para uma sociedade mais injusta. E é exatamente nós que fazemos a diferença, para o bem ou para o mal. Isso é possível e basta observarmos nossas atitudes, palavras e até omissões, até mesmo quando não denunciamos as injustiças contra o ser humano, contra as mulheres e contra as crianças.

As questões referente à injustiça estão cada vez mais evidentes e nos próximos meses, quando se iniciam novamente as campanhas eleitorais veremos as máscaras caindo (nada é mascarado). É um descaso com a saúde, educação que são básicos para o indivíduo. São denúncias de corrupção em todos os níveis. É, por assim dizer, o sujo falando do mal lavado. Os cinturões de pobreza já não existem em muitas cidades porque você tropeça nela no centro, na periferia, onde você estiver e, ao mesmo tempo, a discriminação, o medo, a angústia especialmente daqueles que têm mais posses levam todos aos seus carros blindados, ao reforço da grade na suas casas, medo de andar na rua e, assim por diante. Ou seja, vivemos num caos social.

Mas isso não é novidade prá gente. As injustiças sempre existiram. O dualismo justos e injustos sempre existia, desde os primórdios da humanidade. A Bíblia está cheia de exemplos. E eu nem reporto somente a questão rico e pobre porque o mal não escolhe posição social. Veja casos de injustiça com Caim e Abel, irmãos de José, Absalão, Davi, Amnon, Paulo, etc. Então, não é nenhuma novidade para nós tais atitudes.

Jesus sempre denunciou a injustiça. Ele próprio é o cumprimento da profecia de Isaias porque vivia, conforme Lc 4.18, 19: O Senhor me deu o seu Espírito. Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres e me enviou para anunciar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos e anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo. O evangelho de hoje é um exemplo disso. Trata-se de um fato real, uma cura, mas o seu objetivo é ainda maior e mais profundo. As pessoas o admiravam pelo que o ouviam e presenciavam. Ao fazerem isso juntavam suas vozes em coro com o cântico do salmo 146 onde se ressalta a grandeza de Deus que faz tantas coisas em prol do indivíduo. Poderíamos dizer que neste salmo 146 temos uma visão social de Deus que não vê o homem somente como alma, mas também como corpo, na sua integralidade. A revelação dos versículos 7-9 é semelhante à descrição da obra do ES (Is 61.1-7) que, por sua vez, acha seu cumprimento total na missão do nosso Senhor Jesus (em Lc 4.16-19). Estes versículos apontam para o estrangeiro, viúvas e órfãos que ficavam à margem da sociedade, quase sem direitos civis.

Estas ou outras injustiças encontramos hoje e podem estar na nossa casa, nossa vila, nosso trabalho e em nossas igrejas. Como agir? Quais desafios temos e como encará-los? Não importa a situação, lembre-se: nós faremos a diferença e, para sermos bem mais práticos, sempre estamos desafiando a igreja enquanto grupo, a agir com ações que visem o bem estar do outro. O que podemos fazer enquanto igreja? (ver reações e possibilidades).


Assim como Jesus foi solidário e continua sendo ainda hoje, Ele nos inspira à solidariedade. É ele também que perdoa as nossas falhas e nos impulsiona a serví-lo. "Tudo o que fizerdes a um desses pequeninos, a mim o fizestes". Que ele nos impulsione ainda mais a sermos sensíveis às necessidades dos outros e favorecendo-lhes com nossas ações.

Pastor Waldyr Hoffmann

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Tudo o que Jesus faz ele faz bem - ( sermão)

Data: 14º DOMINGO APÓS PENTECOSTES - 2009
Textos base: Sl 146    Is 35.4-7    Tg 2.1-10, 14-18    Mc 7.31-37

Nesta sociedade de prestação de serviços e de consumo, é comum a desconfiança. Não é por menos. Todos nós temos histórias  de algum tipo de serviço ou de alguma mercadoria que adquirimos, e que o resultado foi frustração. E isto é normal neste mundo de negócios, onde existe desonestidade e também falhas. Por isto o Código do Consumidor, que são normas de proteção e defesa do consumidor.

A cada mês a Fundação Getúlio Vargas divulga uma pesquisa sobre a confiança do consumidor – conhecido como Índice de Confiança do Consumidor.  Este índice é divulgado a cada mês, conforme a reposta dos itens levantados e especialmente conforme a situação da economia.

De vez em quando a gente houve nos jornais da televisão, que o Índice de Confiança do Consumidor teve queda, ou teve alta, e daí eles mostram uma dona de casa comprando no supermercado, ou alguém comprando um produto numa loja de eletrodomésticos.

Falo deste assunto, porque os textos bíblicos de hoje tratam sobre os bens e serviços prestados por Deus.

Mas, e se nós fizéssemos uma pesquisa aqui entre nós, sobre o índice de confiança nos produtos e serviços de Deus, qual seria o resultado?

-Estamos satisfeitos?

- Estamos mais ou menos satisfeitos?

- Confiamos nos serviços de Deus?

Infelizmente, transportamos a nossa desconfiança e dúvidas com respeito aos bens e produtos aqui deste mundo imperfeito, para os bens e serviços de Deus. Por exemplo: Você comete um grave pecado e na Bíblia você lê que Deus perdoa todos os pecados. Mas daí surge a dúvida: Será que o perdão em Cristo pode realmente resolver este meu problema?  Será que não preciso fazer alguma coisa – aumentar a minha oferta, fazer alguma obra de caridade, para ajudar da obra de Jesus, e merecer o perdão dos pecados?

Ou ainda você está passando por dificuldades financeiras, ou uma doença, ou um problema familiar, no casamento, enfim, você está enfrentando uma situação muito difícil, e daí vem a dúvida: - Será que Deus sabe o que estou enfrentando? Será que ele se esqueceu de mim? Ele me ama? Será que ele pode ou quer me ajudar?

Pois meu amigo, minha amiga, gostaria que hoje todos saíssemos daqui convencidos de que nossas dúvidas e desconfianças sobre as promessas de Deus, além de não terem nenhum fundamento, deixam Deus muito triste. Afinal, é o mesmo que chamar Deus de caloteiro, mentiroso, alguém que não é de confiança. Desconfiar de Deus é muito ruim para nós. Portanto,  que os textos de hoje nos ajudem contra este mal.

Mas, antes de tudo, é preciso dizer que isto faz parte de cada um de nós: desconfiar de Deus. No evangelho, Marcos nós dá um forte antídoto para este mal que atinge a todos nós, filhos de Deus, cristãos. Ele nos assegura que não há nenhuma razão para duvidar de Deus e se preocupar quanto a sua capacidade e seu amor no tratamento que ele tem com cada um de nós.

O evangelista narra a história da cura de um homem surdo e que tinha dificuldades para falar. A história seria igual a tantas outras narradas nos Evangelhos, já que Jesus curou muita gente de seus problemas de saúde. Mas uma coisa o evangelista colocou na narrativa, e que chama a atenção quando nosso assunto é confiança. Diz o Evangelho:

"E todas as pessoas que o ouviam ficavam muito admiradas e diziam: - Tudo o que faz ele faz bem".

- "Tudo o que faz ele faz bem"

A palavra "bem" – kalis no grego, pode também ser traduzida como "correto, apropriado, totalmente suficiente para a situação. Ou "esplêndido" – termo que usado na versão do Almeida – a Bíblia antiga. Esta é uma palavra usada na parábola de Jesus sobre a casa que foi construída exatamente certa, que resistiu a enchente. Tiago usou a mesma palavra na epístola de hoje, para descrever os homens ricos que estão "bem vestidos" –  roupas que não dá para colocar nenhum defeito.

O apóstolo Paulo também usa este termo para descrever o trabalho dos pastores que pregam corretamente a Palavra de Deus e por isto merecem toda a consideração.

É importante aqui dizer que NÃO foi Jesus que disse: Olha pessoal, vejam como eu faço tudo bem, vejam as maravilhas que eu faço.

Jesus não precisava fazer isto. Aliás, quando é preciso fazer propaganda de si mesmo, isto é um tiro no pé. Na verdade, a melhor propaganda, a realmente eficaz, é o testemunho dos outros, dos consumidores.

No evangelho percebemos isto. Foram as pessoas que assistiram o jeito de Jesus, ou que foram curados por Jesus, que disseram:

- "Tudo o que faz ele faz bem"

Aliás, é estranha a ordem de Jesus. Ele pediu que não contassem para ninguém o que tinha acontecido. Mas o evangelista sublinha que "quanto mais ele ordenava, mais eles falavam do que havia acontecido".

Na verdade, Jesus queria mesmo era tempo,  condições, ambiente, para o verdadeiro propósito para que veio a este mundo de pecado e sob as conseqüências malditas do pecado. Tanto que mais tarde ele começa a fazer separação entre discípulos e seguidores, pois a igreja que ele estava construindo não poderia ser constituída por seguidores atrás de vantagens terrenas e materiais.

Mas, Jesus nunca deixou de ajudar as pessoas, mesmo aquelas que não estavam interessadas no principal.

E estas pessoas socorridas, ajudadas, tornavam-se automaticamente testemunhas, não deixavam de dizer:

- Não existe ninguém igual a Jesus – ele faz tudo muito bem.

É assim quando a gente encontra um médico que nos tratou com atenção, que nos ajudou. A gente fala para os outros. É assim com qualquer prestador de serviços, com qualquer empresa que comercializa produtos. Se os consumidores ficarem satisfeitos, nem precisa colocar propaganda na mídia.

E é assim numa igreja. Não é preciso fazer grande alarde quando ela tem um bom produto e quando os consumidores são bem atendidos.

Por isto, a pergunta: Qual o Índice de Confiança do Consumidor da comunidade São Paulo?

Bom, vocês devem estar pensando nos pastores. E com certeza, nós pastores, somos parte importante nos quesitos destes índices. Sabemos muito bem disto, que precisamos ser bons pastores para que os "consumidores" fiquem satisfeitos.

Mas será que o Índice de Confiança do Consumidor da igreja é feita só pelos pastores? É evidente que não. Somos uma equipe, pastores e membros. E os verdadeiros consumidores são os de fora, os estranhos, os visitantes.

É neste sentido, da igreja ser uma equipe, que a Epístola de Tiago lembra que não devemos fazer diferença entre ricos e pobres, especialmente dentro de uma igreja. Devemos tratar as pessoas de maneira igual – da mesma forma como Deus nos trata. As pessoas logo percebem isto, quando se faz distinção, quando se faz separação – especialmente quando a questão é social e financeira.
E quando são as atitudes de amor, carinho e respeito pelos outros a grande propaganda de uma igreja, Tiago vai direto na mosca: "Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé se ela não vier acompanhada de ações? (...) A fé é assim: se não vier acompanhada de ações, é coisa morta" Tiago 2.14,17

Na verdade, Tiago está dizendo que, além da conseqüência natural da fé, as obras são a melhor propaganda. Ou como se fala, "um gesto vale mais que mil palavras".

E sabem, meus irmãos –  quando o assunto mesmo aqui é a confiança – é importante dizer que o melhor testemunho que podemos dar às pessoas é a nossa confiança em Deus.

Aliás, nestes tempos de tanto medo, desconfiança, pavor, é a grande oportunidade que temos para mostrar a diferença de uma vida tranqüila, equilibrada, mentalmente sadia. Tudo isto fruto da confiança num Deus que faz tudo muito bem.

É isto que o texto de Isaías aponta: "Digam as desanimados: Não tenham medo; animem-se, pois o nosso Deus está aqui" (Isaías 35.4)

O Salmo 146 também sublinha esta visibilidade do poder de Deus na vida dos cristãos.

"Que todo o meu ser te louve, ó SENHOR! A vida inteira eu louvarei o meu Deus" (1,2).

Muitas vezes as pessoas de fora da igreja nos acusam, que dentro da igreja somos uma coisa, e fora da igreja somos outra. E eles têm razão. Isto não quer dizer que precisamos ser santinhos, nunca errar e falhar.

Mas eles estão certos quando nosso culto a Deus termina no momento quando colocamos o pé para fora da porta da igreja.

Na verdade, o que as pessoas querem ver naqueles que estão nos cultos e se dizem cristãos, é encontrar nos cristãos  um Deus que ajuda. Não o Deus da prosperidade – que é propaganda enganosa. Mas o Deus que ajuda. E quando eles enxergam em nós, que temos os mesmos problemas que eles, que ficamos doentes, que temos conflitos na família, que erramos e pecamos, enfim, que somos de carne e osso como eles – mas que, mesmo diante de tudo isto, temos um Deus que não nos abandona, mas ao contrário, nos socorre, com certeza eles vão querer este mesmo Deus.

Por isto o Salmo 146: Não ponham a sua confiança em pessoas importantes, nem confiem em seres humanos, pois eles são mortais e não podem ajudar ninguém (...) Feliz aquele que recebe ajuda do Deus de Jacó, aquele que põe a sua esperança no Senhor, seu Deus, o Criador do céu, da terra e do mar e de tudo o que neles existe! O SENHOR sempre cumpre as suas promessas (3, 5,6).

Na história deste homem surdo que foi curado por Jesus, tem três detalhes muito importantes – quando seguidamente desconfiamos dos serviços de Deus.

Lemos que Jesus tirou o homem do meio da multidão. O tratamento foi pessoal, individual. Ou como se diz hoje, personalizado.

Isto é bom a gente saber, quando nos sentimos abandonados e sozinhos. Deus nos tira no meio da multidão. Ele não nos deixa esperar na fila, nem se esquece de nós. Jesus mesmo disse que Deus sabe até quantos fios de cabelos temos em nossa cabeça.

Jesus, ao falar sobre a oração em Mateus 6, lembra este detalhe: "Vá para o seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que não pode ser visto. E o se Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa" (Mt 6.6)

Outro detalhe: Jesus pôs os dedos nos ouvidos dele. Ele tocou nele, encostou nele, se relacionou de uma forma muito íntima. Este toque de Jesus hoje acontece por pessoas que estão ao nosso lado, e que são os dedos, as mãos de Jesus.

Como é importante isto, ter pessoas que demonstram carinho – que são os mensageiros de Deus. Neste momento você pode estar se lembrando de alguém que foi estes dedos de Jesus num momento quando tanto precisava.

Outro detalhe: Jesus cuspiu e colocou um pouco de sua saliva na língua do homem. Depois Jesus olhou para o céu, deu um suspiro profundo e disse ao homem: Efatá – ou abra-se.

Na verdade, o poder de Deus de abrir aquilo que está fechado acontece através de meios. Jesus poderia simplesmente abrir os ouvidos daquele homem apenas com um olhar, ou com uma palavra. Mas usou um meio, a sua saliva.

Para abrir o céu, que estava trancado por causa dos nossos pecados, Deus usou o seu próprio Filho. O único meio – ou seja, a "saliva", o sangue do Deus-Homem.

E hoje, para o céu se abrir pessoalmente na vida de cada, Deus nos tira no meio da multidão, e usa o Batismo – uma saliva – a água com a Palavra de Deus. E com o mesmo poder que saiu de Jesus, o EFATÁ acontece em nosso coração.

Na Santa Ceia esta saliva de Jesus é o pão e o vinho onde o corpo e o sangue de Jesus abrem os céus com perdão, vida e salvação.

E na pregação do Evangelho, a saliva de Jesus somos nós, aqueles que pregam, que testemunham, que vivem.

Pois é assim hoje que o EFATÁ acontece, e onde a constatação é a mesma: "Tudo o que faz ele faz bem".

Pois meus irmãos e irmãs, nós até podemos viver com uma certa desconfiança sobre os produtos e serviços que este mundo nos oferece. Isto é até muito importante, porque infelizmente não podemos confiar nas pessoas.

No entanto, não temos nenhum motivo para desconfiar dos produtos e dos serviços de Deus. Nós podemos contar com Jesus, porque "tudo o que faz ele faz bem".

Pastor Marcos Schmidt - Novo Hamburgo (RS)

Dia do Saio

A última denúncia contra Sarney é a aquisição de um castelo em Portugal adquirido por ele quando presidente do Brasil em 1990, pago em dinheiro provindo de um paraíso fiscal e não declarado à Receita Federal. Se a notícia é verdadeira, já passou a hora do chefe do Senado instituir o "dia do saio": "Se é para o bem de todos e a felicidade geral da nação, digam ao povo que saio".  O Dia do Fico,  dez meses antes do Grito do Ipiranga, é um brado que simboliza a nossa libertação de Portugal. Mas o grito do Senado simbolizaria a independência de todos os castelos portugueses sonegados, ou seja, corrupção, falcatruas, injustiça social, desvio de recursos, impunidade etc.

Pensando bem, a vida de cada um pode ser descrita em decisões de ficar e de sair. E o grito, a coragem de decidir, depende do bom juízo. Foi este discernimento que fez o Príncipe Regente dizer: "Se é para o bem de todos e a felicidade geral da nação, digam ao povo que fico". Uma escolha que deveria nortear todas as nossas decisões. Ao menos é um princípio cristão: "Para o bem de todos, Deus dá a cada um alguma prova da presença do Espírito Santo" (1 Coríntios 12.7). O texto refere-se aos diversos dons espirituais – todos visando um fim proveitoso no serviço ao semelhante, que no final é um serviço a Deus. O apóstolo, no entanto, revela a chave para que os "recursos" não sejam desviados: "Porém eu vou mostrar a vocês o caminho que é o melhor de todos" (1 Coríntios 12.31). E logo adiante ele aponta a direção: "Se não tivesse amor isso não me adiantaria nada".  

Não dá para misturar alhos com bugalhos nem religião com política. Mas se no serviço público igualmente não existir o amor, o desejo de servir, então não adianta nada. Um despreendimento que exige decisão de permancer no lado da honestidade e de sair do meio da malandragem.  O que não é fácil. No caso de Dom Pedro I, o custo era a própria vida: "Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro promover a liberdade do Brasil. Independência ou morte!". Se nossos políticos não têm esta disposição, então que sigam o caminho pelo qual o presidente do Senado ainda não tomou coragem de trilhar.

Mas como disse, este ficar e sair são atitudes indispensáveis a todos, príncipes e plebeus. Um grito que quer ecoar dentro de cada um contra o jeitinho da mentira e da desonestidade.  Decisão que o Livro dos livros já sublinhou: "Por isto não mintam mais. Que cada um diga a verdade (...) Quem roubava que não roube mais, porém comece a trabalhar a fim de viver honestamente e poder a ajudar os pobres" (Efésios 4.25,28).  

Pastor Marcos Schmidt - Novo Hamburgo, RS

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Marcos 7.31-37 - Jesus faz tudo bem feito ( sermão)

Estimados irmãos e irmãos no Salvador Jesus.

Uma pessoa experiente certa vez disse, comentando sobre a política: "Quando alguém entra para a política, perde duas coisas: a memória e a vergonha". Na política brasileira vemos que isso infelizmente é verdade, com raras exceções de uns poucos.

É incrível ver pessoas que, na época da campanha eleitoral, são quase "perfeitos", prometem fazer tudo muito bem e solucionar os problemas do país. Quando assumem seus cargos, essa "perfeição" e as promessas desaparecem. Alguns, como vimos nos últimos dias, mesmo com várias provas de que são corruptos, ainda têm a cara de pau de se defender dizendo que sempre fizeram o melhor para seu povo - só que o povo (como no caso de certo Estado do Norte do Brasil) há anos não vê nada melhorar na sua vida.

Em nossa igreja também temos eleições. Uma delas é a eleição da assembléia para chamar um novo pastor, como aconteceu aqui e em Coronel Vivida há pouco tempo. E, se na política esperamos que os políticos cumpram a promessa de fazer as coisas bem feitas, na igreja os membros esperam que o novo pastor faça tudo bem feito. Quando o pastor chega é tudo novidade, expectativa, curiosidade; mas, aos poucos, começam a aparecer exigências, críticas e reclamações, e, muitas vezes, alguns até podem pensar que o pastor não faz nada bem feito.

A verdade é quem nem políticos, nem pastores, nem o povo e nem os membros da igreja fazem tudo bem feito. Existe apenas uma pessoa que fez e faz tudo bem feito: Jesus - Jesus faz tudo bem feito!

Jesus faz tudo bem feito! Tudo o que faz ele faz bem; ele até mesmo faz com que os surdos ouçam e os mudos falem! Foi isso que as pessoas disseram após Jesus abrir os ouvidos e a boca de um homem trazido por seus amigos até Ele. Ele ouviu o pedido deles e, tirando o homem do meio da multidão, colocou suas mãos sobre ele e o curou.

Jesus faz tudo bem feito! Este e muitos outros milagres de Jesus apontavam para quem Ele era – o Filho de Deus – e o que Ele veio ser – o Salvador prometido por Deus no AT, como ouvimos em Is 35 e no Sl 146.

Ele é aquele que veio fazer tudo muito bem, e fazer o maior bem de todos: a obra da salvação, pela sua morte na cruz e sua gloriosa ressurreição. E justamente porque Ele faz tudo bem feito é que podemos sempre estar aqui na casa de Deus, onde alguém chamado e preparado por Deus nos guia e alimenta com a Palavra e os Sacramentos para podermos fazer a missão que Ele nos deixou: levar o amor de Cristo para todos.

Jesus faz tudo bem feito! Mas nós, pecadores, não fazemos tudo bem feito. Muitas vezes ouvimos mas não praticamos o que a Palavra de Deus nos diz. Por isso Tiago nos diz na epístola de hoje: LER Tg 2.14, 18. E também em Tg 1.22: LER.

Por mais que eu e vocês nos esforcemos, nunca vamos fazer tudo bem feito, pois o pecado contamina todo nosso viver, como vimos no Evangelho do domingo passado, onde Jesus mostra que todo o mal vem do nosso coração pecador.

Mas, sendo pecadores perdoados por Deus através de Cristo, nós vamos tentar fazer o melhor: eu, como pastor, vou procurar sempre pregar e ensinar a Lei e o Evangelho de Deus a todos vocês, para Deus fortalecer sua fé e conduzir vocês para que levem seu amor a todos.

Vocês vão procurar viver nessa fé cada dia, buscando na Palavra e Sacramento o alimento e a orientação para sua vida cristã. E assim, através do Evangelho que eu prego e que todos nós testemunhamos com palavras e ações para as pessoas ao nosso redor neste mundo, Jesus continua abrindo ouvidos e corações, e bocas começam a falar da salvação aos outros, dizendo como aquelas pessoas: Tudo o que faz ele faz bem!

Esta foi a reação do homem curado por Jesus e também de seus amigos. Esta é a melhor reação que Deus quer provocar em nós através do Evangelho salvador de Cristo: que a gente ouça, aprenda e pratique o Evangelho como um estilo de vida, uma marca registrada, um viver diário.

Deus não quer que façamos como políticos que, depois da eleição esquecem seus lemas de campanha. Ou seja, que não sejamos cristãos só no domingo, que não pensemos que trabalhar para a Igreja ou para o Reino de Deus é simplesmente ajudar numa festa, num congresso ou numa limpeza geral da igreja, que saibamos que nosso culto a Deus continua cada dia na vida e na relação com as outras pessoas.

Para isso acontecer, Deus precisa nos sacudir e apontar nossos pecados com sua Lei, para que nunca achemos que o que fazemos por Jesus é grande coisa, e para que vejamos sempre de novo que precisamos de Cristo para nos perdoar e salvar de nosso falso orgulho. Quando nos damos conta de nós não fazemos tudo bem, Deus então nos apresenta o doce Evangelho, que nos salva e nos motiva a viver na fé viva que vem de Cristo e que nos é dada pelo seu ES.

Jesus faz tudo bem feito! Por isso, é nele que devemos buscar forças para usar bem nossos dons, bens, tempo e tudo que de Deus recebemos, para sermos conduzidos na fé verdadeira. É a Jesus que devemos seguir, orar e entregar nossas vidas cada dia.

É a Jesus, que faz tudo bem feito, que todos nós servimos com alegria, pois Ele nos salva sem merecermos e nos dá as riquezas do seu Reino. E é a Jesus que vamos conduzir aquelas pessoas que ainda são surdas, mudas e cegas espiritualmente, para que através do Evangelho Jesus coloque suas mãos amorosas sobre elas e diga: Efatá, abra-se!

Assim, meus irmãos, muitos saberão e crerão que Jesus faz tudo bem feito, serão salvos e anunciarão isso a todos, cheios de alegria e gratidão, como nós também sempre queremos anunciar
Jesus faz tudo bem feito! Que Ele use a cada um de nós - crianças, jovens, adultos e idosos, homens e mulheres - para fazer o maior bem que existe: salvar pessoas com o seu amor, através do seu Evangelho!

Com o salmista nos alegramos, dizendo: Aleluia! Que todo o meu ser te louve, ó SENHOR (Sl 146.1), porque Jesus faz tudo bem feito! Amém.

Pastor Leandro Daniel Hübner - São João, PR

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

4º Mandamento da Lei de Deus - Respeito às autoridades (estudo)

INTRODUÇÃO

(Muitas idéias aqui contidas foram retiradas do livro "A ética de cada dia", do professor Martim Carlos Warth.)

Para ressaltar a importância deste estudo, vale lembrar que a organização básica da vida humana é a família. Ali acontece o prazer e a dor, o trabalho e o lazer, os erros e o perdão, a vida em todas as suas nuanças de riqueza pessoal e social. Por essa razão, Deus protege a família em todos os mandamentos, defendendo a vida (5o.), o sexo (6o.), a propriedade (7o.), a honra (8o.), a casa (9o.) e a própria família (10o.). Isso mostra que o centro da vida é a família e a honra aos pais. Que Deus abençoe o ler e meditar da sua Santa Palavra.

QUARTO MANDAMENTO: HONRARÁS A TEU PAI E A TUA MÃE, PARA QUE VÁS BEM E VIVAS MUITO TEMPO SOBRE A TERRA.

Deus nos criou seres sociais, Ele mesmo constatou a dificuldade de se viver sozinho (Gn 2.18). Não se pode amar o próximo em isolamento. Estar em sociedade implica numa diferenciação de pessoa a pessoa, embora todos sejam iguais diante de Deus, e assim também iguais perante a lei, a convivência em sociedade diferencia: não somos todos iguais perante a sociedade humana.

Há um fator extremamente delicado que é pressuposto da sociedade humana: a autoridade. Para poder haver convívio social, é necessário que um exerça autoridade sobre o outro. Assim não somos todos iguais na sociedade humana, mas precisamos aprender ou a ser autoridade ou a estar submissos à autoridade. A ausência de autoridade cria o caos e a bagunça com o que o ser humano não pode conviver como pessoa responsável.

A autoridade, na realidade, é uma só: é a autoridade de Deus. Diante dessa autoridade somos iguais: avaliados, julgados, amados e, quando na fé, perdoados. Mas Deus delega autoridade ao ser humano para que, em seu nome, a pessoa realize a vontade de Deus no mundo- Rm 13.1-5: "Obedeçam às autoridades, todos vocês. Pois nenhuma autoridade existe sem a permissão de Deus, e as que existem foram colocadas nos seus lugares por ele. Assim quem se revolta contra as autoridades está se revoltando contra o que Deus ordenou, e os que agem desse modo serão condenados. Somente os que fazem o mal devem ter medo dos governantes, e não os que fazem o bem. Se você não quiser ter medo das autoridades, então faça o que é bom, e elas o elogiarão. Porque as autoridades estão a serviço de Deus para o bem de você. Mas, se você faz o mal, então tenha medo, pois as autoridades, de fato, têm poder para castigar. Elas estão a serviço de Deus e trazem o castigo dele sobre os que fazem o mal. É por isso que você deve obedecer às autoridades; não somente por causa do castigo de Deus, mas também porque a sua consciência manda que você faça isso."

Aceitar a autoridade e subordinação é realizar a santa vontade de Deus para o mundo. Essa autoridade e subordinação estão previstas para cada pessoa em relação com o seu próximo. O próximo sempre é autoridade sobre a pessoa, pois o ser humano foi criado para servir um ao outro. Quando, por isso, quero saber a vontade de Deus para mim hoje, preciso olhar ao meu redor. Quem eu vejo? O meu próximo, com sua necessidade, vai ser a autoridade que me indica e mostra onde posso servir em amor. Da mesma forma, eu indico ao meu próximo a sua oportunidade de servir (Lc 10.25-37- O Bom Samaritano). Assim somos servos uns dos outros, cumprindo a 2a. tábua da Lei: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo". Essa é a verdadeira submissão a que se refere Paulo em Efésios 5.21: "Sejam obedientes uns aos outros, pelo respeito que têm por Cristo." É a submissão na ternura de amar e servir ao próximo.

O que pode ser observado hoje em dia é uma crise generalizada de autoridade, uns não respeitam, outros não se dão a respeitar. Lutero já observava isso na sua época quando falou: "Por que outro motivo, julgas tu, está o mundo agora tão cheio de infidelidade, desonra, miséria e homicídio, senão porque cada qual quer ser dono de si mesmo, perfeitamente autônomo, a ninguém dar atenção e fazer tudo o que lhe apetece? Por isso Deus castiga um velhaco por instrumentalidade de outro, de maneira tal, que, se tu ludibrias e desprezas o teu Senhor, vem aí outro e procede contigo da mesma forma. Sim, em tua própria casa tens de agüentar dez vezes tanto da mulher, dos filhos ou dos empregados".

Em se tratando especificamente deste Mandamento, o mesmo aponta que devemos não apenas amar, mas "honrar" pai e mãe. Lutero trata isso de forma muito séria quando diz: "Honrar muito mais elevada coisa é que amar. Não abrange apenas amor, senão modéstia, humildade e reverência como por uma majestade aí oculta. E honrar não requer apenas que nos endereçamos aos pais de modo amável e respeitoso, porém, acima de tudo, que de todo coração e corpo nos disponhamos de maneira tal, que os tenhamos em alta conta e os coloquemos no lugar mais elevado depois de Deus. Pois que para honrar alguém de coração é preciso que deveras o tenhamos por elevado grande. Cumpre, por isso, incutir à gente moça que vejam nos pais representantes de Deus".

Os pais são representantes de Deus! Vale lembrar que o poder não está nos pais, não devemos honrá-los porque merecem, ou são bons e queridos, mas acima de tudo porque Deus manda, diz Lutero nesse sentido: "mesmo que os pais sejam modestos, pobres, fisicamente deficientes ou meio esquisitos, não deixam de ser pai e mãe dados por Deus e não ficam privados dessa honra por causa de sua conduta ou em razão de fragilidades. Por isso não devemos olhar a pessoa, como é, mas a vontade de Deus, que assim estabelece e ordena". Pv 23.22: "Escute o seu pai, pois você lhe deve a vida; e não despreze a sua mãe quando ela envelhecer".

A autoridade dos pais, como representantes de Deus, precisa ser preservada com conselhos, exemplos e amor. Há ocasiões em que o ofício de pais pode exigir repressão firme para restabelecer a autoridade necessária para cumprir a vontade de Deus. Essa repressão pode ser firme, como o ofício o exige, mas deve ser com amor e justiça que emanam do amor de Deus.

Como representantes de Deus, os pais cristãos estão prontos a perdoar todos os erros dos filhos quando esses se arrependem e confessarem estes erros a Deus e aos pais (Cl 3.13). Mas, mesmo com o perdão pessoal, pode permanecer uma pena oficial a ser imposta. Deus impõe as penas não como castigos, pois Cristo sofreu o castigo por nós- (Rm 8.1) mas como repreensões paternais ou conseqüências do pecado cometido, conforme Hb 12.7-11: "Suportem o sofrimento com paciência como se fosse um castigo dado por um pai, pois o sofrimento de vocês mostra que Deus os está tratando como seus filhos. Será que existe algum filho que nunca foi corrigido pelo pai? Se vocês não são corrigidos como acontece com todos os filhos de Deus, então não são filhos de verdade, mas filhos ilegítimos. No caso dos nossos pais humanos, eles nos corrigiam, e nós os respeitávamos. Então devemos obedecer muito mais ainda ao nosso Pai celestial e assim viveremos. Os nossos pais humanos nos corrigiam durante pouco tempo, pois achavam que isso era certo; mas Deus nos corrige para o nosso próprio bem, para que participemos da sua santidade. Quando somos corrigidos, isso no momento nos parece motivo de tristeza e não de alegria. Porém, mais tarde, os que foram corrigidos recebem como recompensa uma vida correta e de paz." Assim também os pais podem, por dever de ofício, aplicar uma pena ou sanção aos filhos, esta deve ser moderada e com amor, mas firme e precisa. A intenção é ganhar o filho, para que ele não se destrua. Nenhum castigo pode ser exagerado, desumano ou aplicado com ódio. Os pais são representantes de Deus para ajudar os seus filhos a viver (Pv 13.24; Pv 12.1).

É bom destacar que a autoridade é de Deus, apenas foi delegada aos pais quando estes aceitaram o chamado de Deus para exercerem a função de pais. Os filhos não pertencem aos pais, mas a Deus. Daí a importância e obrigação dos pais de encaminha-los na educação cristã - Pv 22.6: "Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele." e Dt 6.6-8: "Guardem sempre no coração as leis que eu lhes estou dando hoje e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem. Amarrem essas leis nos braços e na testa, para não as esquecerem" Os pais não possuem poder absoluto sobre os filhos, mas administram a paternidade em nome de Deus. Quanto mais crescerem, maior será a autonomia dos filhos. Mas a honra dos pais permanece para sempre. Sobre como os pais muitas vezes se comportavam no seu tempo, Lutero tem algo muito sério a nos dizer hoje: "Todos se comportam como se Deus nos desse filhos para nosso deleite e passatempo, serviçais para deles nos valermos, como de vacas ou burros, apenas para o trabalho, ou súditos para os tratarmos a nosso bel-prazer. (...) Antes (Deus) nos deu e confiou filhos para que os eduquemos e governemos de acordo com sua vontade. Não fosse por isso, nenhuma necessidade haveria de pai e mãe. Saiba, por conseguinte, cada qual que é seu dever, sob pena de perder a graça divina, educar os seus filhos, acima de tudo, no temor e conhecimento de Deus".

Toda a autoridade é derivada dos pais. Desta autoridade tem origem toda e qualquer outra autoridade. Três são as espécies de pais apresentadas neste Mandamento: 1) Os pais da casa, que são os nossos pais (pai e mãe); 2) os pais da nação, que são todos os nossos superiores (patrões, governo, professores, etc.); 3) e os pais espirituais, que são os que nos ensinam a Palavra de Deus (professores da Escola Dominical, pastores, etc.).

Nossos superiores, portanto, são todos aqueles que estão acima de nós, quer seja, no lar, na escola, no estado e na Igreja. São pessoas que Deus colocou acima de nós para o nosso bem. A eles precisamos honrar, obedecer, servir e amar. Este é o único Mandamento que contém uma promessa especial: a de uma vida longa.

Quem cumprir este Mandamento terá bons dias, felicidade e prosperidade. Por outro lado, quem for desobediente, tanto mais cedo irá morrer e nunca terá uma vida alegre. Pois a longa vida, de acordo com a Escritura, não significa apenas ficar velho, mas também ter tudo o que pertence a uma vida longa, como por exemplo: saúde, cônjuge, filhos, alimentação, paz, bom governo, etc., coisas que precisamos para sermos felizes.

Em Efésios 6.1 lemos: "filhos obedecei aos vossos pais no Senhor, pois isto é justo". No SENHOR significa obedecer aos nossos pais e superiores enquanto os mesmos nos pedem algo que não vai contra a vontade de Deus, pois, no momento em que eles nos mandam fazer algo de errado, contra a Palavra de Deus, não podemos e nem devemos obedecê-los, pois a Bíblia diz: "Antes importa obedecer a Deus do que aos homens". (Atos 5.29).

Pastor Flávio Luis Hörlle – Ponta Grossa, PR